George Santos, deputado dos EUA filho de brasileiros, é preso por lavagem de dinheiro
Eleito por Nova York, o deputado republicano George Santos é alvo de 13 acusações, incluindo lavagem de dinheiro
atualizado
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O deputado republicano George Santos foi preso nesta quarta-feira (10/5), em Melville, em Long Island, Nova York, de acordo com o Departamento de Justiça. Filho de brasileiros, o congressista entrou nos holofotes após a revelação de ter modificado o currículo para concorrer ao Congresso; ele admitiu que, de fato, realizou as alterações das quais foi acusado.
Santos foi detido em Nova York. Autoridades norte-americanas afirmam que o republicano é acusado de fraude, lavagem de dinheiro, apropriação de verba pública e declarações falsas. Ele também teria fraudado potenciais doadores para sua campanha.
Caso seja condenado, Santos pode pegar até 20 anos de prisão.
George Santos foi eleito em novembro de 2022 para a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Em abril deste ano, ele anunciou que pretende concorrer à reeleição.
Acusações na Justiça
A maioria das acusações se concentra nas alegações de que o deputado instruiu um consultor político, ainda não identificado, a solicitar contribuições fraudulentas durante sua campanha eleitoral para uma empresa na qual ele falsamente alegou ser um fundo político.
Promotores afirmam que Santos usou o dinheiro para despesas pessoais. Ainda segundo eles, o republicano realizou compras de roupas de grife, além de efetuar pagamentos de cartão de crédito.
Nessa nova leva de denúncias, o congressista é acusado de receber seguro-desemprego, mesmo tendo trabalho.
Segundo promotores, Santos teria solicitado o benefício ao Departamento de Trabalho do Estado de Nova York, alegando falsamente estar desempregado desde março de 2020. Porém, na época, ele era diretor regional de uma empresa de investimentos na Flórida. O salário seria de aproximadamente US$ 10 mil.
Conforme as autoridades, o republicano teria recebido mais de U$ 24 mil (equivalente a R$ 118,8 mil) de seguro-desemprego.
“Tomadas em conjunto, as alegações mostram que Santos usou desonestidades e enganações repetidamente para chegar aos salões do Congresso e enriquecer”, disse o procurador dos EUA Breon Peace em um comunicado. “Ele usou contribuições políticas para encher seus bolsos, solicitou ilegalmente benefícios de desemprego que deveriam ter ido para os nova-iorquinos que perderam seus trabalhos devido à pandemia e ainda mentiu para a Câmara dos Deputados.”
Santos foi indiciado por 13 acusações: sete sobre fraude eletrônica, três de lavagem de dinheiro, uma por roubo de fundos públicos e duas acusações por fazer declarações falsas ao Congresso norte-americano.
Na terça-feira (9/5), a rede norte-americana CNN divulgou que promotores federais dos EUA apresentaram acusações formais contra Santos. Ainda segundo o jornal, o republicano deve comparecer, nesta quarta-feira, ao tribunal federal do Distrito Leste de Nova York.
Mentiras
Logo após vencer as eleições, em 2022, o jornal The New York Times revelou que Santos inventou diversos aspectos da vida pessoal e profissional presentes no currículo. Entre as diversas alegações falsas, Santos declarou ter diplomas da Universidade de Nova York e do Baruch College, mas as instituições de ensino negam que ele tenha estudado lá.
O deputado também disse que sua mãe, Fátima Devolder, estaria nas Torres Gêmeas, em Nova York, em 11 de setembro de 2001, durante o atentado terrorista. Ainda sobre sua família, o parlamentar se elegeu com o discurso falso de que era judeu e os seus avós escaparam da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Desde as revelações das mentiras, George Santos enfrenta pedidos de renúncia por parte de políticos da oposição e do próprio partido, Republicanos, no qual algumas lideranças chegaram a formalizar um pedido para que ele deixasse o cargo.
O presidente do partido no condado de Nassau, em Nova Iorque, Joseph G. Cairo Jr., afirma que George Santos “desgraçou a Câmara dos Deputados”. “Não o consideramos um de nossos congressistas”, pontuou.