Denúncias de abuso sexual de sacerdotes contra freiras abalam Igreja
Vaticano estaria ciente dos diversos casos de violência
atualizado
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Escândalos de pedofília são recorrentes na igreja católica. Agora, começam a aparecer o que muitos religiosos chamam de o “último tabu” do Vaticano: os abusos sexuais por parte de padres contra freiras. A conivência dá-se ao status de segunda classe das freiras na hierarquia católica e à subordinação aos homens.
De acordo com a reportagem da Associeted Press, o Vaticano está ciente dos inúmeros casos de mulheres violentadas pelos religiosos, mas nada faz para combater o crime. O problema é global. Há relatos de estupros em conventos localizados na Europa, África, Ásia e América do Sul.
Apoiadas por movimentos como o Me Too, algumas irmãs começaram a ter coragem de revelar às relações humilhantes a que são submetidas. “Isso abriu uma grande ferida dentro de mim, eu fingia que não tinha acontecido”, relembrou uma freira, em entrevista à Associeted. Ela contou, ainda, que foi violentada por um padre enquanto confessava seus pecados. Esse crime e uma sucessiva abordagem de outro sacerdote um ano mais tarde a fizeram parar de se confessar com qualquer outro padre que não fosse seu mentor espiritual.
Nesta semana, religiosas de uma pequena congregação chilena apareceram na televisão para relatar abusos cometidos por sacerdotes e até por superioras. Na Índia, uma freira denunciou formalmente um bispo por estupro, coisa que seria impensável um ano atrás.
O Vaticano por enquanto silencia sobre quais medidas adotará para combater os crimes, punir os culpados e cuidar das vítimas, explicando que “cabe aos dirigentes das igrejas locais sancionar os sacerdotes que abusam sexualmente de freiras”. (Com informações da Ansa)