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Democratas buscam consolidação, mas Kamala enfrenta desafios. Entenda

Mesmo com desistência de Biden e indicação do nome de Kamala para disputar as eleições contra Trump, a candidatura ainda não está definida

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Com a desistência de Joe Biden em disputar a presidência dos Estados Unidos ocorrida no domingo (21/7) contra Donald Trump, o nome da vice-presidente, Kamala Harris, vem ganhando destaque. O próprio Biden declarou seu apoio a ela junto com diversos artistas relevantes nos EUA. Porém, a definição da candidatura ainda não foi oficializada, isso só ocorrerá na convenção do partido Democrata, que terá início no dia 19 de agosto. E, até lá, ela tem vários desafios a enfrentar.

Junto com sua declaração de desistência, Joe Biden também expôs o seu “total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata de nosso partido este ano. Democratas, é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso”.

Em resposta ao apoio, a vice-presidente afirmou que fará “tudo ao meu alcance para unir o Partido Democrata e unir nossa nação para derrotar Donald Trump e sua agenda extrema”. Ela, agora, corre contra o tempo para garantir sua indicação na disputa contra Trump, que já está rodando o país.

Com o slogan “Let´s win this – Harris for president”, a  vice-presidente dos Estados Unidos discursou no estado de Delaware para a equipe de campanha, pela primeira vez, como pré-candidata pelo partido Democrata, na segunda-feira (22/7). Em seu discurso, Kamala atacou severamente Trump , chamando-o de “predador sexual” e referindo-se a ele como um dos “empreendedores que abusam de consumidores e traidores que quebram as regras para o seu próprio bem”.

Em sua fala, Kamala afirma que “esta campanha não é sobre nós x Donald Trump. Tem mais coisas nesta campanha. Nossa campanha é sobre dois tipos de visões sobre esse país. Um lado mira no futuro e outro mira no passado. Donald Trump quer levar nosso país ao passado, para o tempo que nossos americanos não tinham direito, mas nós acreditamos em um futuro brilhante, que tenha espaço para todos os americanos, em que nenhuma criança tenha que crescer na pobreza, onde todas as pessoas possam comprar uma casa, construir uma família e ter acesso a planos de saúde que possam pagar”.

Na terça (23/7), no primeiro comício em Wisconsin, a pré-candidata democrata repetiu o mesmo tom do dia anterior. Fez duros ataques a Trump, defendeu o legado de Biden e sinalizou busca pelo voto da classe média.

Trajetória

Kamala Harris ocupa, atualmente, o cargo de vice-presidente dos EUA. Nas eleições de 2018, ela disputou nas convenções do partido Democratas para ser candidata à presidência, mas acabou perdendo para Biden, que a escolheu para ser vice.

C0m 59 anos, Kamala foi a primeira mulher a ocupar o posto e, caso ganhe as eleições, também será a primeira presidente mulher do país.

Até o momento, a vice-presidente é o nome mais forte para ocupar o local na cédula. Outros nomes cotados pelo partido para assumir o lugar na disputa desistiram em prol de Kamala.

Os governadores da Califórnia, Gavin Newsom, da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o deputado por Minnesota Dean Philips já anteciparam o apoio à Kamala, e agora foi a vez de os governadores do Michigan, Gretchen Whitmer, e de Illinois, J. B. Pritzker, manifestarem sua desistência.

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As redes sociais de Kamala Harris exibem o slogan "Let's win this" (vamos vencer essa), juntamente com a frase "Harris for President

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Desafios

O cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB), afirma que o “primeiro grande desafio de Kamala Harris é unificar o apoio do partido Democrata em torno de seu nome, principalmente para evitar divisões internas e possíveis ações judiciais sobre o processo de escolha da candidatura. Ela precisa convencer as diferentes correntes do partido de que é a opção mais competitiva para vencer Trump”, disse.

Murilo destaca que “construir uma candidatura forte em meio a um prazo apertado é outro grande desafio. Caso seja nomeada, Kamala Harris precisará escolher um nome estratégico para compor sua chapa no cargo de vice-presidente e, sobretudo, estruturar sua campanha nos chamados ‘swing states’ — estados-pêndulo —, onde a disputa costuma ser decisiva. O alto custo de vida da classe trabalhadora será um tema bastante explorado pelos republicanos nesses estados”, destacou.

O especialista afirma que um ponto a ser superado na campanha de Kamala é a rejeição que ganhou em sua atuação como vice-presidente.

“Kamala Harris também precisará vencer a rejeição que acumulou junto aos eleitores norte-americanos por sua performance como vice-presidente da República. Ações e declarações polêmicas em relação a questões migratórias, política externa e aborto devem servir de munição para a campanha adversária”.

Murilo Medeiros destaca que “para ser competitiva, Kamala Harris deverá encarnar o discurso moderado, de linha reformista, capaz de convencer o eleitorado centrista de que seu nome poderá trazer segurança, estabilidade e crescimento aos EUA”.

O cientista político aponta que Kamala Harris tem o apoio de figuras muito relevantes do partido Democrata.

“O apoio de nomes importantes de seu partido, como a ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi, dos governadores da Califórnia, de Illinois, de Michigan e da Pensilvânia e do próprio presidente Joe Biden, além das vultosas doações direcionadas à sua campanha, consolidam o nome de Kamala Harris na corrida eleitoral. Ela ganha força junto aos delegados democratas para ser a substituta de Biden na disputa presidencial”, conclui o pesquisador.

Além dos nomes já citados, Kamala recebeu a importante declaração de apoio do casal Clinton, Hillary e Bill.

No entanto, ainda falta a “chancela” do ex-presidente democrata Barack Obama e de sua esposa, Michelle.

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