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Da Eurásia ao Oriente Médio: ano começa com guerras a todo vapor

Os conflitos Rússia x Ucrânia e Israel x Hamas não dão sinais de trégua. Os indícios apontam que 2024 continuará com duas grandes guerras

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1 de 1 foto-guerra-israel-hamas - Foto: Mohammed Talatene/picture alliance via Getty Images

O ano de 2024 começou com fortes resquícios do ano anterior. É o caso das guerras, em especial Rússia e Ucrânia e Israel e o grupo extremista palestino Hamas. Sem previsão de fim, as disputas continuam a provocar mortes de milhares de civis, militares e a destruição de prédios e cidades, além do agravamento de crises humanitárias.

A baixa atuação e o posicionamento de organizações internacionais, como o Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU) — que rejeitou duas propostas de resolução da guerra no Oriente Médio, em outubro passado –, a União Europeia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), é indício de que 2024 continuará marcado por conflitos.

É o que afirma, em entrevista ao Metrópoles, Denilde Holzhacker, professora em relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Esses órgãos dependem dos Estados e, quando eles não conseguem articular uma decisão conjunta, não há capacidade de desenvolver um plano de atuação”, explica.

Para ela, este novo ano deve seguir como palco de “grande instabilidade”. Ela destaca as duas “grandes guerras” em curso, além de focos de tensão em outras regiões — como no Iêmen, Azerbaijão e Armênia –, que podem sofrer uma passagem para conflito de baixa intensidade ou para escalada de instabilidade.

Rússia e Ucrânia

Iniciado em 24 de fevereiro de 2022, com a invasão das tropas russas ao território ucraniano, o conflito entre Rússia e Ucrânia segue há mais de um ano, sem perspectivas de trégua. Antes considerada improvável, a guerra mexe no tabuleiro da economia e segurança globais por estar próxima a grandes potências europeias.

Imagem colorida de sombras de dois soldados em frente de parede pintada nas cores das bandeiras de Rússia (esquerda) e Ucrânia (direita) - Metrópoles
Guerra entre Rússia e Ucrânia

Segundo estimativa (confira abaixo) do jornal norte-americano The New York Times, publicada em agosto, somados, o número de mortos e feridos dos dois países chega na casa dos 500 mil. Os números oficiais são mantidos sob sigilo por ambos os países envolvidos.

  • Rússia:
    – Mortos: quase 120 mil
    – Feridos: entre 170 mil e 180 mil
  • Ucrânia:
    – Mortos: quase 70 mil
    – Feridos: entre 100 mil e 120 mil
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Veja quais são as áreas bombardeadas na Ucrânia
Arte mostra, em azul, o território da Ucrânia e em vermelho a regiões separatistas do país, Luhansk e Donetsk que obtiveram sua independência conforme o governo russo
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Mapa ilustra onde o país está sendo atacado

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Veja quais são as áreas bombardeadas na Ucrânia

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Arte mostra, em azul, o território da Ucrânia e em vermelho a regiões separatistas do país, Luhansk e Donetsk que obtiveram sua independência conforme o governo russo

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Israel e Hamas

A guerra entre Israel e Hamas ocorre desde 7 de outubro de 2023 e já é o conflito humanitário mais mortal da região. Até 18 de dezembro do último ano, as autoridades contabilizaram mais de 20,8 mil mortes entre palestinos e israelenses.

O estopim da guerra foi a invasão surpresa do grupo extremista ao território israelense, com o objetivo de recuperar a área da Palestina histórica — que engloba parte significativa do território atual de Israel — para criar um estado muçulmano independente.

Imagem ilustrativa das bandeiras da Palestina e Israel quebradas - Metrópoles
Imagem ilustrativa das bandeiras da Palestina e Israel quebradas

Confira números do conflito no Oriente Médio:

  • Gaza
    – Mortos: ao menos 19.754, sendo 7.729 crianças e 5.153 mulheres
    – Feridos: mais de 52.286
    – Desaparecidos: mais de 8 mil
  • Cisjordânia (território ocupado)
    – Mortos: ao menos 301, sendo 72 crianças
    – Feridos: mais de 3.365
  • Israel
    – Mortos: cerca de 1.139 israelenses
    – Feridos: ao menos 8.730

Tréguas momentâneas

Depois de várias tratativas de cessar-fogo, intermediadas pelos governos do Catar, Egito e Estados Unidos — que resultou na libertação de 345 reféns e prisioneiros, além da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza —, o exército de Israel removerá parte de sua força militar da Faixa de Gaza, conforme anunciou nesta segunda-feira (1º/1).

Esse é o primeiro grande recuo do país desde o começo da guerra com o grupo extremista Hamas, da Palestina. Apesar disso, o governo israelense não dá sinais de que irá retirar totalmente seus soldados da região ou concederá um cessar-fogo. Em 30 de dezembro de 2023, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, previu a duração do confronto armado por “muitos mais meses”.

Em coletiva de imprensa, Netanyahu ainda disse se comprometer com a guerra “em todas as frentes” até cumprir todos os objetivos desejados: destruir o Hamas, recuperar os reféns e neutralizar ameaças em Gaza.

O premiê também ameaçou o grupo Hezbollah e disse que, se eles avançarem ao norte de Israel, sofrerão “ataques com os quais nunca sonharam, e o mesmo acontecerá com o Irã”.

Segundo análise de Holzhacker, a expectativa para 2024 “não é positiva”, principalmente com a questão humanitária. “Devemos continuar com um cenário semelhante ao que vimos no último semestre”, diz.

A especialista ainda cita que uma nova fase de negociações de cessar-fogo por parte dos Estados Unidos dificilmente vai se concretizar tão cedo. Em especial, por conta do desvio de foco no conflito para uma “preocupação de assuntos domésticos”, como as eleições presidenciais.

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Criança palestina em Gaza
Criança palestina em meio aos destroços após ataques israelenses em Gaza
ONU teme que situação em Gaza “mergulhe no profundo abismo” no Ramadã
Chuvas em Gaza
Chuvas em Gaza
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Unidade de artilharia das Forças de Defesa de Israel (IDF), usando um obus de artilharia dispara em direção a Gaza perto da fronteira com Israel

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Criança palestina em Gaza

UNICEF/UN0464417/El Baba
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Criança palestina em meio aos destroços após ataques israelenses em Gaza

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ONU teme que situação em Gaza “mergulhe no profundo abismo” no Ramadã

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Chuvas em Gaza

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Chuvas em Gaza

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Guerra entre Israel e Hamas

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Brinquedo ao lado de destroços

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Pessoas caminham em Gaza

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