Cuba autoriza trabalho privado após afrouxar a política econômica
Ministro da Economia, Alejandro Gil diz que o país dá um importante passo para o aumento do emprego, em linha com a ordem monetária do país
atualizado
Compartilhar notícia
Cuba anunciou, nesse sábado (6/2), um aumento substancial da atividade privada em vários setores do país. Na prática, significa uma grande reforma no regime socialista vigente na ilha – em que o Estado e empresas estatais dominam a economia. São informações do Uol.
A medida, que havia sido anunciada em agosto de 2020 pela ministra do Trabalho, Marta Elena Feito, foi aprovada na sexta-feira (5/2) pelo Conselho de Ministros, informou o jornal governista do Partido Comunista (PCC, único).
Segundo Feito, como parte da “melhoria do trabalho autônomo (privado)”, “a lista anterior contendo as 127 atividades” que os cubanos podiam legalmente exercer foi eliminada e ampliada para “mais de 2.000 atividades nas quais permite o exercício do trabalho por conta própria”.
A ministra disse que apenas 124 atividades são limitadas, total ou parcialmente, mas não deu detalhes. O objetivo desta reforma é facilitar o “desenvolvimento do trabalho autônomo”, indicou ela, observando que vai retirar as amarras das forças produtivas e permitir que os cubanos abram negócios com um perfil mais amplo.
O governo vem ampliando há uma década as atividades que os cubanos podem realizar por conta própria, que se concentram em gastronomia, transporte e aluguel de quartos para o turismo.
A ilha de 11,2 milhões de habitantes tem atualmente mais de 600 mil trabalhadores autônomos, o que representa 13% da força de trabalho do país. Esse setor “tem sido severamente impactado pela intensificação do bloqueio” dos Estados Unidos sob a gestão anterior de Donald Trump, e “também pelos efeitos da pandemia” do coronavírus, disse Feito.
Aumento do emprego
O ministro da Economia, Alejandro Gil, afirmou que Cuba está dando um “importante passo para o aumento do emprego, em linha com a ordem monetária do país”, referindo-se à complexa reforma econômica que entrou em vigor em 1º de janeiro e após um duro 2020 que registrou uma queda no PIB de 11%.
São “boas notícias” e “definitivamente um passo na direção certa”, apesar de “infelizmente ter demorado muito”, disse o economista Ricardo Torres, da Universidade de Havana.