Crianças são encontradas passando fome em orfanatos na Bielorrússia
Entre os casos mais graves, havia adolescentes pesando cerca de 15 quilos
atualizado
Compartilhar notícia
As autoridades da Bielorrússia investigam orfanatos nos quais foram encontradas cerca de 100 crianças e adolescentes quase morrendo de fome. Entre os casos mais graves, havia jovens pesando cerca de 15 quilos.
De acordo com The Guardian, o momento agora é de investigar as razões que levaram os internos a ficarem naquele estado. Os orfanatos, que deixaram os menores sofrendo com má nutrição por anos, estão sendo acusados de negligência. O caso se tornou um escândalo no país, fazendo com que vários diretores pedissem demissão.
“Essas crianças nunca andaram. Eles estão constantemente na cama. Eles não têm músculos. Suas pernas são palitos cobertos de pele”, contou Ella Borisova, diretora do orfanato Cherven. Um outro diretor afirmou que a subnutrição é decorrente de problemas psicológicos dos menores.“A razão pela qual não engordam não está na subnutrição, mas em sua psiquê. Não há acessibilidade, pois não há cérebro lá.Eles têm processos absolutamente diferentes”, disse Vyacheslav Klimovich. Há situações extremas, como a de uma mulher de 20 anos que pesava apenas 11,5 quilos.
Investigação
De acordo com o Ministério Público do país, os diretores foram demitidos porque eram responsáveis pela compra de alimentação para os abrigos. O caso se tornou conhecido depois de um jornalista cobrir um evento de arrecadação de fundos para aquisição de itens de nutrição especializados. As imagens chocaram o mundo.
Os responsáveis pelos abrigos afirmam que a burocracia e a falta de cooperação do Estado foram os principais motivos da falta de alimentação adequada para os internos. Em orfanatos nos quais houve alimentação especializada, os menores tiveram melhora na saúde. Mas, para que houvesse autorização da compra, era preciso um exame clínico detalhado e uma prescrição formal de um pediatra, o que dificultava o processo, segundo os diretores.
Sem conseguir atrair atenção das autoridades, Alexy Momotov, um dos médicos que trabalhavam nos locais, tentou conseguir dinheiro por meio do Facebook. “Tentamos organizar um festival, mas ninguém veio”, afirmou.