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Criança brasileira reencontra mãe após separação nos EUA

Eles estavam há mais de 40 dias sem se ver, após serem detidos ao tentar entrar ilegalmente no país pela fronteira com o México

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Diego, de 10 anos, e sua mãe, Sirley, estavam há mais de 40 dias sem se ver
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1 de 1 44547814_303 - Foto: Diego, de 10 anos, e sua mãe, Sirley, estavam há mais de 40 dias sem se ver

A Justiça do estado de Illinois determinou nesta quinta-feira (5/7) que o governo americano liberasse o menino Diego, de 10 anos, levado a um abrigo para crianças imigrantes em Chicago, e o entregasse à sua mãe, a mineira Sirley Silveira Paixão. Ele ficaram mais de 40 dias sem se ver.

Com a decisão, a corte americana promoveu a união de mais uma família brasileira separada após tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos pela fronteira com o México, no âmbito da política migratória de tolerância zero do presidente Donald Trump.

Após reencontrar o filho, Sirley afirmou ter sentido um alívio muito grande. “É um peso que saiu das minhas costas. Só estava faltando ele. Sem ele, não tinha sentido fazer nada”, declarou a mãe. “Agora, vou ter paz para construir minha vida na América.”

Diego, por sua vez, disse estar bem, mas ter desejado todos os dias reencontrar a mãe. Segundo relatou Sirley, o filho emagreceu no período em que esteve no abrigo, mas porque “estranhou” a comida. No local, foi bem tratado e jogava futebol com os colegas, contou ela.

A família brasileira segue agora para o estado de Massachusetts, onde tem amigos. Sirley disse que espera construir a vida nos Estados Unidos, mencionado a “segurança que o país oferece” como a principal razão para ter deixado o Brasil.

Segundo a assistente jurídica Luana Mazon, que cuida do caso, a família tentou entrar nos Estados Unidos pela região de Santa Teresa, que fica no estado do Novo México, pedindo asilo ao governo. Eles chegaram à fronteira em 22 de maio.

Sirley foi levada para um centro de imigração americano, onde foi separada do filho. Diego foi então transferido para o abrigo em Chicago, no lado oposto do país, a cerca de 2.500 quilômetros de distância. De Santa Teresa, a mãe foi levada para a cidade de El Paso, no Texas.

A mineira permaneceu detida por 21 dias. Quando foi liberada, em 13 de junho, não sabia onde o filho estava. Ainda levou tempo para encontrar a criança, sob custódia do governo. O processo pedindo a soltura de Diego foi apresentado nesta segunda-feira, (2/7).

A união ocorre uma semana depois de a Justiça americana ter autorizado a liberação de outra criança brasileira, Diogo, de 9 anos, que foi entregue à mãe, Lídia Karine Souza, após um mês separados. No reencontro, o menino contou que chorava todos os dias. Ele e Diego, filho de Sirley, estavam no mesmo abrigo em Chicago.

O drama das famílias brasileiras é consequência da política de tolerância zero com a imigração ilegal promovida pelo governo Trump, que, desde maio, levou à separação de milhares de crianças estrangeiras de suas famílias, entre elas dezenas de brasileiras.

A medida prevê que todos aqueles que tentarem cruzar ilegalmente a fronteira em direção aos Estados Unidos, inclusive requerentes de refúgio, sejam indiciados.

A política resulta na separação das crianças, que não são alvo de uma acusação criminal, dos adultos, sem que haja procedimentos claros para a reunificação entre os familiares. Os menores de idade são, em geral, mantidos em instalações do governo ou colocados sob adoção temporária.

Nesta mesma quinta-feira (5/7) os ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, visitaram dois abrigos em Chicago que acolhem crianças separadas de seus familiares. Entre os 55 menores brasileiros nessa situação, 33 estão na cidade.

Os detalhes da visita não foram informados pelo Itamaraty. Os ministros conversaram com as crianças brasileiras no local e enfatizaram o “empenho do governo brasileiro em assegurar a reunião familiar o mais cedo possível”.

Aloysio, que chegou quinta-feira a Chicago, deve ainda se reunir com representantes dos diversos postos do Itamaraty nos países da América do Norte para tratar especialmente do tema da separação de crianças brasileiras de suas famílias.

Nesta sexta-feira (6/7) e no sábado (7/7) o ministro, acompanhado de Rocha, participa de reuniões com embaixadores, chefes de posto e cônsules brasileiros nos Estados Unidos, Canadá e México.

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