Covid-19: uma empresa transmitiu 55% dos casos em Dakota, EUA
A Smithfield faz parte do grupo Smithfield Foods, um dos maiores produtores de carne de porco do mundo
atualizado
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Uma fábrica de processamento de carne de porco em Dakota do Sul, nos Estados Unidos, pode ter sido um dos principais focos de transmissão do coronavírus na região. Em pouco tempo, a maior parte dos funcionários pegou coronavírus, e o trabalho continuou com a mesma carga horária. As informações são da revista Época.
A Smithfield faz parte do grupo Smithfield Foods, conhecido como um dos maiores produtores de carne de porco do mundo. Há sete anos, ela foi comprada pela gigante chinesa WH Group, em uma das maiores aquisições na história do país.
O surto começou com uma denúncia de uma universitária ao jornal local Angus Leader, que acusava a empresa de funcionar normalmente mesmo com um dos trabalhadores testado positivo para o coronavírus. Julia ficou sabendo do caso pelos seus pais, que são funcionários da fábrica. O local tem 3,7 mil trabalhadores, sendo a quarta maior empregadora da cidade.
Procurada, a empresa disse que o funcionário foi afastado para cumprir quarentena e que estavam tomando todas as medidas necessárias para contenção do vírus.
Transmissão local
Porém, segundo a denúncia, os trabalhadores continuaram a trabalhar com menos de 30 centímetros de distância um do outro, além das aglomerações nos corredores.
Em poucas semanas, o número de colaboradores com Covid-19 passou para 644 e a fábrica foi fechada por pressão do governo de Dakota do Sul, no dia 15 de abril.
Após a pandemia se espalhar pelos Estados Unidos, descobriu-se que 55% dos casos confirmados em Dakota foram por infecção local de funcionários da fábrica.
Os salários dos trabalhadores da empresa são considerados abaixo da média no país, custando US$ 14 por hora, em condições insalubres.