Covid-19: missão da OMS visita mercado em Wuhan, na China
Nos primeiros dias de investigações, os especialistas da OMS visitaram dois dos hospitais que trataram os primeiros pacientes com Covid-19
atualizado
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Especialistas internacionais da missão da Organização Mundial da Saúde (OMS), que investigam a origem do novo coronavírus na China, visitaram neste domingo (31/1) o mercado onde foram detectadas as primeiras infecções do vírus na cidade de Wuhan.
O primeiro falecido naquela cidade foi um homem que esteve justamente no mercado de Huanan, que está fechado quase totalmente desde o início do ano passado.
A parte conhecida como “mercado molhado”, que consiste em mil barracas em que eram vendidas carnes de vários animais – desde peixes até cobras –, segundo a imprensa local, desde então foram separadas do exterior por enormes cercas, embora o segundo andar do mercado, que consiste em uma galeria com centenas de oftalmologistas, foi reaberto em meados do ano passado.
O zoólogo britânico Peter Daszak, um dos membros do grupo que compartilha informações sobre as visitas em sua conta no Twitter.
As you walk around Huanan market you feel the sense of historical importance of this place & a sympathy for the vendors & community who lost their livelihoods due to COVID
— Peter Daszak (@PeterDaszak) January 31, 2021
“Ao caminhar pelo mercado de Huanan, você sente a importância histórica deste lugar e a compaixão pelos vendedores e os membros da comunidade que perderam sua maneira de ganhar a vida para a Covid-19”, postou.
Peter Ben Embarek, líder da equipe, explicou no sábado (30/1) à imprensa estatal chinesa que pretendem ver os locais onde ocorreram estas infecções, descobrir quais os animais e produtos que foram vendidos e, “possivelmente”, falar com alguns dos lojistas que trabalharam lá durante os primeiros dias da pandemia.
Na manhã deste domingo, antes de ir ao mercado de Huanan, os emissários da OMS visitaram instalações da cadeia de frio em um mercado atacadista na cidade.
O jornal oficial Global Times aproveitou essas visitas para insistir em uma das narrativas promovidas pelas autoridades e pela mídia do país, de que o surto inicial em Wuhan poderia ser devido ao fato de produtos congelados importados de outros países serem vendidos em Huanan infectados com o vírus.
“Embora seja muito cedo para tirar conclusões, (…) não pode ser descartada”, disse aquele jornal. Na verdade, as autoridades chinesas culpam alimentos congelados importados do exterior e pessoas de outros países pelos últimos surtos no país, o que fez com que o número de casos ao longo de janeiro fosse o maior recorde mensal desde março de 2020.
Nos primeiros dois dias de campo investigações, os especialistas da OMS visitaram dois dos hospitais que trataram os primeiros pacientes com Covid-19 em Wuhan durante os estágios iniciais da pandemia.
Segundo a instituição, os pesquisadores também entrarão em laboratórios como o Wuhan Institute of Virology, do qual algumas vozes – entre elas, a já finalizada Trump Administration nos Estados Unidos – suspeitam que possa estar por trás do surto inicial da doença.
Por enquanto, a OMS se limita a apontar que “todas as hipóteses estão sobre a mesa” na determinação da origem do vírus e exige “o apoio, acesso e dados de que seus enviados precisam” para realizar investigações relevantes.