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Covid-19: casal de brasileiros em navio na Itália testa positivo

Outras duas brasileiras, que também são passageiras, ainda aguardam o resultado dos exames

atualizado

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Arquivo pessoal
Thiego e Lígia
1 de 1 Thiego e Lígia - Foto: Arquivo pessoal

Um casal de brasileiros está confinado em um navio de cruzeiro em um porto de Roma e ambos tiveram diagnóstico positivo para o novo coronavírus dentro da embarcação. Eles afirmam que a demora das autoridades para retirá-los do local fez com que ficassem doentes. Há outras duas brasileiras a bordo aguardando o resultado de exames.

O navio de cruzeiro Costa Victoria está ancorado desde 24 de março no Porto de Civitavecchia, em Roma, na Itália. “Todas as diplomacias mais encorpadas conseguiram fazer o regresso de seus cidadãos. Nós, brasileiros, estamos em contato direto com a empresa do cruzeiro, com o consulado brasileiro em Roma, embaixada, e Itamaraty, mas as entidades não se orquestram para, de fato, chegarem a uma solução e postergaram tanto a nossa situação de repatriação que acabamos sendo infectados”, disse a arquiteta de tecnologia Lígia Cossina, de 36 anos, que, com o marido, o gerente de projetos Thiego de Azevedo Paes, de 34, recebeu, neste domingo (12/04) de Páscoa, às 8h (horário local) o resultado positivo para o novo coronavírus, embora não estejam apresentando sintomas.

Segundo Lígia, duas idosas ainda aguardam o resultado de seus exames. Outros seis brasileiros, que testaram negativo, desembarcaram do navio neste domingo. O teste foi realizado na quarta-feira (08/04).

Após a confirmação, Lígia e o marido foram orientados a ficar em cabines separadas. “Tudo está muito tenso. Depois da notícia, começamos a dormir em cabines separadas. É muito difícil suportar toda a situação.”

Lígia afirma que, além dos 10 passageiros brasileiros, também tinham seis tripulantes brasileiros na embarcação. Ela não sabe o que aconteceu com esse segundo grupo. “Não fomos informados se desembarcaram, se fizeram teste e se testaram positivo.”

“Foram vários pedidos de socorro. Estávamos saudáveis, mas a contaminação se proliferou, mesmo com protocolo de medidas preventivas, com uso de álcool em gel e saídas das cabines monitoradas apenas para medição de temperatura, pressão ou posto médico”, disse Lígia. “Estamos abandonados. Não podemos desembarcar e ficamos em um ambiente contaminado. Falamos dos riscos, mas não fomos ouvidos. Estamos deprimidos, estressados, consternados e chocados. O navio está vazio, parece um navio fantasma. Fomos deixados por último. Tive a informação de que há pelo menos 20 pessoas, entre passageiros e tripulantes, contaminadas”, relatou ela.

Lígia afirma que, antes de embarcar, procurou a empresa de cruzeiros, que teria dito que a situação estava tranquila na região por onde o navio passaria e, em caso de problemas, ações seriam tomadas para manter a segurança dos passageiros e tripulantes.

Em nota, a Costa Cruzeiros afirma que tem trabalhado em estreito contato com as autoridades italianas de saúde e com os representantes diplomáticos dos países envolvidos, a fim de obter um retorno seguro para os hóspedes em seus países de origem.

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