Cosmonauta russo quebra recorde de permanência no espaço
Em sua 5ª missão na Estação Internacional, Oleg Kononenko já passou 878 dias fora da Terra. Ele completará 1.100 dias no seu retorno
atualizado
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O cosmonauta russo Oleg Kononenko estabeleceu nesse domingo (4/2) um novo recorde de permanência no espaço sideral, ao superar a marca de 878 dias, 11 horas, 29 minutos e 48 segundos do antecessor, o russo Guennady Padalka.
Kononenko, que está na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) desde setembro, quebrou o recorde às 5 horas, 30 minutos e 8 segundos (no horário de Brasília).
O russo de 59 anos está em sua quinta missão na plataforma orbital. Seu retorno à Terra é previsto para 23 de setembro, quando ele terá ficado no total 1.110 dias no espaço. A marca de mil dias será atingida em 5 de junho.
À agência de notícias russa TASS, Kononenko disse que, no futuro, o homem deveria construir uma estação que seja “uma verdadeira casa espacial”, maior e mais confortável, e menos dependente da Terra. Para isso, recomendou o aperfeiçoamento dos sistemas de regeneração de água, fornecimento de oxigênio e reciclagem de detritos espaciais.
O russo voou pela primeira vez para a estação em abril de 2008, como parte da 16ª expedição e, desde então, completou seis caminhadas espaciais, somando 39 horas e 54 minutos.
Padalka, detentor do recorde agora superado, aposentou-se em 2017, aos 58 anos de idade, depois de perceber que não tinha chance de participar de uma sexta missão à ISS e chegar a mil dias no espaço.
“É uma pena. Sempre fico triste quando um homem preparado, experiente e motivado, com uma longa carreira, deixa as fileiras” dos cosmonautas, analisou à época Sergei Krikalev, diretor do programa de pilotos da Roscosmos, a agência espacial russa.
Padalka superou o recorde que era ostentado por Sergei Krikalev, de 803 dias no espaço, em 29 de junho de 2015, aumentando a marca para 878 dias durante a sua quinta missão.
Vida no espaço
Kononenko afirmou que se exercitava regularmente para combater os efeitos físicos da “insidiosa” ausência de peso, mas se dava conta do que havia perdido no espaço quando retorna à Terra.
“Não me sinto privado ou isolado”, disse. “É somente quando volto para casa que percebo que, durante centenas de dias em minha ausência, as crianças cresceram sem um papai. Ninguém vai me devolver esse tempo.”
Ele disse que os cosmonautas agora podem usar chamadas de vídeo e mensagens para manter contato com os parentes, mas se preparar para cada novo voo espacial se tornou mais difícil devido aos avanços tecnológicos.
“A profissão de cosmonauta está se tornando mais complicada. Os sistemas e experimentos estão se tornando mais complicados. A preparação não ficou mais fácil”, disse. Kononenko sonhava em ir para o espaço quando criança e se matriculou em um instituto de engenharia, antes de se submeter ao treinamento de cosmonauta.
A ISS é um dos poucos projetos internacionais em que os os Estados Unidos e a Rússia ainda cooperam estreitamente. Em dezembro, a Roscosmos anunciou que um programa de voos conjuntos com a Nasa para a ISS havia sido prorrogado até 2025.
As relações em outras áreas entre os dois países foram interrompidas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia há quase dois anos, à qual Washington respondeu enviando armas para Kiev e impondo impondo sucessivas rodadas de sanções a Moscou.