Coreia do Sul: oposição pede impeachment de presidente Yoon Suk Yeol
Moção foi apresentada pelos partidos de oposição após o presidente tentar colocar o país sob lei marcial e, depois, recuar
atualizado
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Seis partidos de oposição da Coreia do Sul disseram ter apresentado uma moção de impeachement do presidente, Yoon Suk Yeol, após ele declarar lei marcial no país com o argumento de “limpar elementos pró-Coreia do Norte“. A lei marcial substitui a legislação normal por leis militares, amplia o poder do Executivo, fecha o Parlamento e limita o acesso aos direitos civis. Diante da pressão de congressistas e de manifestantes, Yoon prometeu revogar o decreto imposto por ele mesmo.
Entre as legendas que integram o pedido, está o partido Democrata. De acordo com a imprensa internacional, as siglas prepararam a moção de impeachment com “urgência” e que ele pode ser votada já na próxima sexta-feira (6/12).
Yoon Suk Yeol declarou a lei marcial nessa terça-feira (3/12). Ele pediu ao povo que acreditasse nele e tolerasse “alguns inconvenientes”.
“Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças antiestatais e pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade do nosso povo e para proteger a ordem constitucional livre”, disse o presidente Yoon Suk Yeol.
A medida desencadeou protestos. Yoon enfrentou pedidos para renunciar imediatamente ou enfrentar impeachment. O partido Democrata de oposição liberal, que detém a maioria no Parlamento de 300 assentos, disse que seus legisladores decidiram pedir que Yoon renunciasse imediatamente ou eles tomariam medidas para impeachment.
“A declaração de lei marcial do presidente Yoon Suk Yeol foi uma clara violação da constituição. Não cumpriu com nenhum requisito para declará-la”, disse o partido Democrata em uma declaração. “Sua declaração de lei marcial era originalmente inválida e uma grave violação da Constituição. Foi um grave ato de rebelião e fornece motivos perfeitos para seu impeachment.”
O Parlamento da Coreia do Sul foi fechado e todos os acessos a ele foram bloqueados, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap. A medida foi imposta, no entanto, sem o aval de membros do próprio governo – que se disseram ser contra a imposição da lei marcial.
Protestos
A oposição também reagiu contra a medida e convocou todos os parlamentares para se reunirem no Congresso, localizado na capital do país, Seul, a fim de protestar contra a decisão do presidente.
O chefe da Polícia sul-coreana se manifestou publicamente contra a lei marcial e convocou reunião de emergência nesta terça para discutir a medida. Han Dong-hoon, ex-ministro da Justiça sul-coreano, afirmou que a declaração da lei marcial é “errada” e que vai impedi-la com a ajuda do povo.
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, prometeu revogar a lei marcial imposta por ele mesmo, após pressão do Parlamento e de manifestantes. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (3/12), horas depois de o líder sul-coreano decretar a substituição de leis civis por militares naquele território.
Mais cedo, o Parlamento do país derrubou, em votação unânime, a decisão de Yoon Suk Yeol. Seguindo as regras da constituição sul-coreana, 190 congressistas presentes, dos 300 membros da casa, foram favoráveis ao veto.