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Coreia do Sul classifica Coreia do Norte como “país inimigo”

Coreia do Sul usa termo pela primeira vez em seis anos para descrever o país vizinho. Relatório de defesa foi divulgado nesta quinta (16/2)

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Contraposição das bandeiras da Coreia do Norte e da Coreia do Sul - Metrópoles
1 de 1 Contraposição das bandeiras da Coreia do Norte e da Coreia do Sul - Metrópoles - Foto: Reprodução/Getty Images

A Coreia do Sul classificou a Coreia do Norte como “inimiga” num documento de defesa divulgado nesta quinta-feira (16/2), usando o termo pela primeira vez em seis anos, em meio a um aumento das tensões entre os dois países.

Divulgado a cada dois anos, o documento lembra que Pyongyang, capital da Coreia do Norte, definiu o Sul como “inimigo indiscutível” em dezembro, e aponta o crescente arsenal norte-coreano de armas nucleares e mísseis, e recentes provocações militares por parte do país vizinho.

“Como a Coreia do Norte continua a fazer ameaças militares sem abrir mão de suas armas nucleares, seu regime e seus militares são nossos inimigos”, diz o relatório referente a 2022.

Para reforçar seu arsenal nuclear, a Coreia do Norte tem reprocessado combustível usado em seu reator e possui cerca de 70 kg de plutônio de qualidade própria para armamento, mais que os 50 kg estimados no relatório anterior, aponta o texto.

A Coreia do Norte também assegurou uma quantidade “substancial” de urânio enriquecido e capacidade “significativa” de miniaturizar bombas atômicas.

“Nossos militares estão reforçando a vigilância diante da possibilidade de mais um teste nuclear”, afirma o relatório sul-coreano, frisando que o programa nuclear e as provocações norte-coreanas estão “ameaçando seriamente” sua segurança.

O documento afirma que Pyongyang violou 15 vezes, somente em 2022, um pacto militar de 2018 que proíbe hostilidades entre as duas Coreias, incluindo o disparo de mísseis que cruzaram a fronteira marítima de fato com o vizinho do Sul. O relatório anterior, de 2020, havia indicado que a Coreia do Norte estava, em geral, cumprindo o acordo.

O documento deste ano afirma que os principais objetivos das políticas sul-coreanas incluem a defesa contra ameaças e contra uma possível invasão pela Coreia do Norte, impedir uma guerra na Península Coreana e contribuir para uma futura reunificação pacífica.

Histórico da inimizade

Tecnicamente, os dois países seguem em conflito desde que a Guerra da Coreia (1950-53) terminou com um armistício em vez de um tratado de paz. Em 2019, uma rara rodada de diplomacia fracassou, e as conversas entre os dois países estagnaram.

Em 2022, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou seu país um Estado nuclear e, desafiando sanções internacionais, realizou testes de armamentos quase mensalmente, incluindo o disparo de seu mais avançado míssil balístico intercontinental. Em resposta, o governo sul-coreano intensificou exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos (EUA).

O relatório bianual sul-coreano descreveu Pyongyang como inimigo pela primeira vez em 1994 – depois que um funcionário do governo norte-coreano ameaçou lançar “um mar de fogo” sobre o país vizinho –, e o termo foi usado até por volta do ano 2000.

Depois, reapareceu no documento de 2010, quando a Coreia do Norte foi acusada de afundar um navio de guerra sul-coreano, matando 46 marinheiros.

O termo “inimigo” voltou a ser abandonado sob o ex-presidente sul-coreano Moon Jae-in, que buscou uma aproximação com Pyongyang. O atual presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, sucedeu a Moon em maio de 2022, prometendo endurecer a postura de Seul em relação à Coreia do Norte.

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