Coreia do Norte: soldado americano cruzou fronteira por sofrer racismo
Um relatório divulgado pela mídia estatal da Coreia do Norte afirma que Travis King buscou refúgio no país por sofrer racismo no Exército
atualizado
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A Coreia do Norte se pronunciou, pela primeira vez, sobre o soldado norte-americano de 23 anos que cruzou a fronteira rumo ao país liderado por Kim Jong-un, no último dia 18 de julho. Segundo relatório divulgado pela mídia estatal do país nesta quinta-feira (17/8), Travis King informou às autoridades norte-coreanas que buscou refúgio no país pois “nutria ressentimentos contra maus-tratos desumanos e discriminação racial dentro do Exército dos EUA”.
O militar fez a travessia depois de ficar 47 dias em uma prisão da Coreia do Sul após uma briga de bar.
“Ele também expressou sua vontade de buscar refúgio na Coreia do Norte ou em um terceiro país, dizendo que estava desiludido com a sociedade americana desigual”, diz um trecho do relatório.
Assim como os Estados Unidos anunciaram, a investigação da Coreia do Norte concluiu que o soldado cruzou a fronteira de forma deliberada. Travis teria sido “mantido sob controle” por soldados norte-coreanos após a invasão ilegal.
A alegação de que Travis buscou refúgio na Coreia do Norte por sofrer racismo no Exército estadunidense acontece dias após um tio do militar afirmar, em entrevista à ABC News, que o jovem sofria discriminação racial durante sua missão na Coreia do Sul.
Apesar da declaração oficial do governo norte-coreano sobre o episódio envolvendo o soldado estadunidense, ainda não existem informações sobre a real situação de Travis King na Coreia do Norte. Os EUA alegam dificuldades em fazer contato com o regime de Kim Jong-un para obter notícias do militar.