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Segundo o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, “os militares detectaram vários mísseis de cruzeiro não identificados por volta das 11h (2h no horário de Brasília)”, disparados em direção ao mar na costa oeste da península. O país acrescentou que está monitorando “sinais adicionais de atividade” na Coreia do Norte.
Esta é a terceira vez que a Coreia do Norte testa armas nesta semana. No domingo (28/1), o líder Kim Jong-un supervisionou pessoalmente o teste de dois mísseis de cruzeiro de nova geração, lançados de um submarino.
Em janeiro, a Coreia do Norte já havia anunciado o teste de um “sistema de armas nucleares submarinas” e de um míssil balístico hipersônico de combustível sólido.
Os mísseis de cruzeiro voam a uma altitude mais baixa, são mais difíceis de detectar e interceptar e não se enquadram nas sanções da ONU contra a Coreia do Norte. Já os balísticos, que atravessam o espaço, estão proibidos.
Segundo analistas, a Coreia do Norte pode estar testando os projéteis para exportá-los à Rússia, que pretende usar mísseis de cruzeiro na guerra contra a Ucrânia.
A Coreia do Sul e os EUA argumentam que, apesar das sanções da ONU, o regime de Pyongyang está enviando armas para os russos, possivelmente em troca de assistência técnica em seu programa de satélites espiões.
O líder norte-coreano designou recentemente a Coreia do Sul como o “principal inimigo” do país, dissolveu as agências governamentais dedicadas à reunificação e aos contatos com Seul, e ameaçou declarar guerra se seu vizinho invadisse seu território “mesmo em 0,001 mm”.
Coreia do Norte e do Sul trocam farpas
Nas últimas semanas, os dois países inimigos renunciaram aos acordos de 2018 para prevenir incidentes armados, aumentaram sua presença militar na fronteira e realizaram exercícios de artilharia de munição real perto do território um do outro. Pyongyang acusa a Coreia do Sul e os Estados Unidos de se prepararem para invadir seu território.
Kim Jong-un também visitou o estaleiro de Nampho, a 65 km a sudoeste de Pyongang, onde pediu um reforço da marinha norte-coreana “para defender de forma confiável a soberania marítima do país e intensificar os preparativos de guerra”, segundo a KCNA, a agência de notícias oficial do Norte.
Durante sua visita a Nampho, Kim Jong-un recebeu informações sobre um “novo plano” decidido pelo Partido Único sobre forças navais, de acordo com a KCNA, que não forneceu detalhes.
Um submarino de propulsão nuclear estava na lista de armas estratégicas desejadas pela Coreia do Norte durante um importante congresso do partido em 2021, junto com uma ogiva hipersônica, satélites espiões e mísseis balísticos intercontinentais de combustível sólido.
Em 2023, a Coreia do Norte lançou seu primeiro “submarino de ataque nuclear tático”. Os militares da Coreia do Sul disseram na época que ele não parecia estar operacional. Segundo analistas, trata-se de uma versão modificada de um submarino diesel-elétrico projetado na década de 1950, lançando dúvidas sobre suas capacidades.