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COP27 chega ao “último dia” com negociações travadas e sem grandes acordos

Debate sobre perdas e danos, tema-chave da COP27, divide países ricos e pobres, que ainda não chegaram a um consenso

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Dominika Zarzycka/NurPhoto via Getty Images
Participantes caminham em frente ao logotipo da COP27 na Zona Verde no quarto dia da COP27 Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada pela UNFCCC no Sharm El-Sheikh International Convention Center
1 de 1 Participantes caminham em frente ao logotipo da COP27 na Zona Verde no quarto dia da COP27 Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada pela UNFCCC no Sharm El-Sheikh International Convention Center - Foto: Dominika Zarzycka/NurPhoto via Getty Images

*Enviado especial a Sharm El-Sheikh – A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) chega, nesta sexta-feira (18/11), ao seu último dia, com raros consensos e negociações ainda travadas.

Nações desenvolvidas, como os Estados Unidos, e países em desenvolvimento discutem estratégias para sanar uma evidente divergência, ainda não superada, sobre a criação de um novo fundo para perdas e danos climáticos. Na prática, propõe-se que países pobres atingidos por desastres ambientais como furacões e inundações sejam compensados financeiramente pelas nações mais ricas – responsáveis pela maior emissão de gases na atmosfera, mas que resistem fortemente à criação do fundo.

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Com o imbróglio, o debate pode se estender até o fim de semana, e fazer com que os negociadores passem mais alguns dias na paradisíaca Sharm El-Sheikh, no Egito, sede da COP27.

“Os países em desenvolvimento, mais pobres, querem uma decisão logo aqui. As nações mais ricas não querem que a resposta seja apenas de um fundo de financiamento: eles estão pedindo um mosaico de opções”, explica Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima (OC), ao Metrópoles.

O G77, bloco dos países em desenvolvimento, chegou a propor um mecanismo nos moldes do Fundo Verde do Clima, conhecido como GCF na sigla em inglês, mas a ideia não avançou.

Na quinta-feira (17/11), o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que os países da cúpula da COP27 no Egito devem superar uma “quebra de confiança” entre nações ricas e pobres para fechar um acordo que salve o mundo do aquecimento global.

Herschmann explica também que um rascunho de 20 páginas apresentado tardiamente pelo Egito, que preside a COP27, tornou o acordo climático muito mais difícil. O esboço mantém a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C e reitera a redução da fase de carvão de Glasgow, mas não define um acordo sobre o fundo de perdas e danos.

“O texto inclui coisas contraditórias. Não dá nem para negociar em cima disso. Então, o clima está muito difícil, e é impossível ver uma luz no fim do túnel”, avalia a especialista.

*O repórter viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade (ICS)

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