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Convocação de Putin dispara buscas por “como quebrar o braço”

Nessa quarta, o presidente russo anunciou decidiu chamar 300 mil reservistas para guerra na Ucrânia

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Russian President Putin Meets Valdai Discussion Club During Annual Meeting
1 de 1 Russian President Putin Meets Valdai Discussion Club During Annual Meeting - Foto: Mikhail Svetlov/Getty Images

Após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretar a primeira mobilização do país desde a Segunda Guerra Mundial e convocar 300 mil reservistas para lutar na Ucrânia, “como quebrar o braço em casa” e “como deixar a Rússia” são as principais pesquisas feitas pelos russos no Google.

Conforme mostra o Google Trends, ferramenta que disponibiliza número de buscas em tempo real, a procura por “como quebrar um braço em casa” disparou em todo o país a partir das 5h (horário de Moscou) dessa quarta-feira (21/9), após o discurso de Putin.

A alta indica que alguns russos podem tomar medidas extremas para evitar um possível combate.

Quando o presidente iniciou o discurso, por volta das 2h, as tendências de pesquisa do Google entre os russos eram focadas em maneiras de deixar o país e o adiamento do exército.

Putin ameaça guerra nuclear

Em seu discurso, Putin argumentou que o Ocidente quer “destruir e dividir” a nação russa e, por isso, a medida será tomada. A intenção é convocar 300 mil cidadãos – que já tiveram alguma experiência militar – para a guerra contra a Ucrânia.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

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Em pronunciamento, o líder russo falou que pode usar armas nucleares caso a soberania do país seja ameaçada. “Isso não é um blefe.”

A medida ocorre dias após quatro regiões controladas por Moscou no leste e no sul da Ucrânia anunciarem que farão referendos para fazer parte da Rússia. As duas regiões separatistas do Donbas, Donetsk e Luhansk, juntamente com Kherson e Zaporizhzia, pretendem conduzir as votações ainda nesta semana, em um ato que busca impedir as investidas ucranianas para retomar essas áreas.

Veja o vídeo do discurso aqui.

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