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Na noite da próxima quinta-feira (18/7), Donald Trump deve ser anunciado oficialmente candidato à presidência pelo Partido Republicano durante a Convenção Nacional que tem início nesta segunda-feira (15/7) em Milwaukee, estado de Winsconsin. Contudo, os eventos programados para esta semana ganharam um tom diferente desde o atentado contra a vida do ex-presidente, ocorrido durante o final de semana. Se antes a expectativa era sobre a indicação de quem será o vice de Trump, agora a questão é saber se a convenção ocorrerá pacificamente.
O candidato presidencial republicano e ex-presidente dos EUA Donald Trump com o rosto ensanguentado enquanto vários tiros são disparados durante um comício de campanha na Pensilvânia, EUA, em 13 de julho de 2024.
Com um público esperado de 50 mil participantes distribuídos em quatro dias, o evento onde Donald Trump será nomeado oficialmente candidato ganhou um ar de tensão após os episódios do final de semana.
A segurança está sendo reforçada e os controles para ingressar ao local onde a convenção acontece são semelhantes aos de um aeroporto. Apesar disso, está previsto que protestos tomem as ruas de Milwaukee, o que poderia apresentar um maior risco de conflito entre grupos de linhas ideológicas diferentes, após a tentativa de assassinato de Trump.
Em entrevista à Fox News, o presidente do Comitê Nacional Republicano, Michael Whatley, confirmou no domingo (14/7) que forças de segurança de diferentes órgãos estarão trabalhando conjuntamente para garantir a segurança na convenção. “Estamos trabalhando com o Serviço Secreto e 40 agências de segurança diferentes”, explicou.
O objetivo é trazer de volta a sensação de tranquilidade perdida, depois da morte de uma pessoa que estava no público do comício e foi atingida pelos disparos do último sábado (13/7) e outras duas que ficaram gravemente feridas.
A Convenção Republicana escolheu Milwaukee como sede, porque o estado de Wisconsin é considerado pêndulo – aqueles que não tem uma tendência clara entre Republicanos e Democratas – e onde as eleições são geralmente decididas. Trump venceu Wisconsin por uma margem apertada em 2016, e Biden levou a melhor em 2020.
Oradores
Além do próprio Trump, cuja presença agora é aguardada com uma expectativa ainda maior, já que poderia ser sua primeira aparição pública após o atentado, espera-se que Donald Trump Jr., Eric Trump, a vice-presidente do Comitê, Lara Trump e Kimberly Guilfoyle subam ao palco da Convenção.
O foco deve ficar por conta dos nomes cotados para serem indicados como vice, como o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, o senador pela Flórida, Marco Rubio e o também senador por Ohio, J.D. Vance.
Outros nomes conhecidos do Partido Republicanos como o governador da Flórida, Ron DeSantis, Vivek Ramaswamy e Perry Johnson, que também concorreram nas primárias do partido.
Na lista de palestrantes se encontram ainda a governadora de Dakota do Sul, Kristi Noem e o ex-apresentador da Fox News, Tucker Carlson.
Nomes cotados para serem indicados como vice
Espera-se que o anúncio do nome a acompanhar Donald Trump como vice seja anunciado durante o evento. Estes são alguns dos cotados para ocupar o cargo:
Senador J.D. Vance, de Ohio: o jovem senador Vance, 39, é visto como um rosto da próxima geração do movimento America First. Autor do livro “Hillbilly Elegy” (Era uma vez um sonho, na versão da obra para o português), Vance tem forte apoio de Donald Trump Jr. e chegou a viajar com o ex-presidente para arrecadar fundos na Califórnia e em Ohio nos últimos meses.
Senador Marco Rubio, da Flórida: hoje com 52 anos, Rubio é senador influente de um dos estados mais importantes do país, como é a Flórida. Rubio foi quem ajudou Trump a se preparar para o debate. Ele provavelmente atrairia republicanos mais moderados, que ainda são céticos em relação a Trump, bem como alguns eleitores minoritários.
Governador Doug Burgum, da Dakota do Norte: menos conhecido nacionalmente, Burgum tem 67 anos e uma trajetória semelhante à de Trump, passando do mundo dos negócios para a arena política. Ele é um empresário de tecnologia bem-sucedido, fundador da Great Plains Software, que foi vendida à Microsoft.
Senador Tim Scott, da Carolina do Sul: nas últimas semanas, o senador da Carolina do Sul, 58, tem procurado estreitar relações com os eleitores negros e com doadores de fundos parar a campanha. Um Comitê de Ação Política alinhado com Scott está gastando US$ 14,3 milhões para atingir os eleitores negros em estados decisivos.
O senador tem feito campanha de maneira consistente para Trump desde que sua própria candidatura à presidência fracassou durante as primárias.
Melania Trump volta à cena
A ex-primeira-dama Melania Trump quase não compareceu a nenhum evento público de campanha com o marido, mas espera-se que ela apareça durante a esta convenção do Partido Republicano em Wisconsin.
Seu silêncio foi quebrado no domingo (14), quando ela expressou publicamente sua reação ao atentado à vida do marido. Em um comunicado, ela agradeceu aos agentes do Serviço Secreto por terem colocado a vida em risco para proteger Trump.
Ela não discursará em Wisconsin, como nas edições anteriores em que participou, deixando cada vez mais clara a sua falta de envolvimento na campanha do marido.
Lembrando que em 2016, Melania foi duramente criticada porque seu discurso parecia ter plagiado partes de um discurso anterior de Michelle Obama.