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Conselho de Segurança da ONU veta resolução que condena ataque à Síria

O pedido partiu da Rússia, aliada do governo sírio, ao acusar a coalizão de violar o direito internacional

atualizado

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SANA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
ataque à Síria
1 de 1 ataque à Síria - Foto: SANA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Em reunião extraordinária neste sábado (14/4), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou resolução para condenar os ataques à Síria, feitos nessa sexta (13) pelos Estados Unidos, com apoio do Reino Unido e da França. O pedido do encontro partiu da Rússia, aliada do governo sírio, ao acusar a coalizão de violar o direito internacional.

O bombardeio ocorreu uma semana depois de ONGs da Síria relatarem um ataque químico a civis na cidade de Douma, reduto rebelde próximo de Damasco, que dizimou dezenas de pessoas.

Na resolução, a Rússia pedia ainda às três nações responsáveis por orquestrar o ataque (França, Reino Unido e Estados Unidos) que evitassem, no futuro, o uso da força contra o regime de Bashar al-Assad. A resposta foi dada pela embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley. Ela garantiu que o país está pronto para realizar novo ataque caso armas químicas sejam utilizadas novamente.

“Estamos confiantes de que enfraquecemos o programa de armas químicas da Síria. Estamos preparados para sustentar essa pressão, se o regime sírio for tolo o suficiente para testar nossa vontade”, pontuou Haley.

Dos 15 países que compõem o Conselho, apenas a própria Rússia, a China e a Bolívia votaram a favor da resolução. Oito países foram desfavoráveis à proposta, enquanto quatro se abstiveram.

HASSAN AMMAR/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Missão cumprida
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou sua conta pessoal no Twitter mais cedo para agradecer aos aliados Reino Unido e França e exaltar o poderio militar após ataque conjunto contra a Síria na noite dessa sexta (13).

Em um dos tweets, ele escreveu: “Um ataque executado com perfeição na noite passada. Obrigado à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e o poder de seu Exército. Não poderíamos ter tido um resultado melhor. Missão cumprida!”

“Estou tão orgulhoso do nosso grande Exército, que logo será, após o uso de bilhões de dólares já aprovados, o melhor Exército que já tivemos. Não haverá nenhum outro que chegue nem perto”, ressaltou o líder norte-americano em outra postagem.

 

O bombardeio
Damasco, capital da Síria, foi abalada por explosões que iluminaram os céus minutos após Donald Trump anunciar ataques aéreos alegando o uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad. Além dos EUA, a ação teve apoio do Reino Unido e da França.

Depois do bombardeio, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, afirmou por meio de comunicado que o ataque americano contra bases sírias “não ficará sem consequências”.

Foram atingidos, segundo a coalizão, quatro alvos descritos como locais de “capacidades químicas”: um centro de pesquisa científica em Damasco; uma instalação de armazenamento de armas químicas, localizada a oeste de Homs; um armazém de equipamentos de armas químicas; e um posto de comando.

O general Josefh Dunford, presidente do Joint Chiefs – um comitê de assessoramento do Pentágono –, garantiu que os alvos atingidos e destruídos estavam especificamente associados ao programa de armas químicas do regime sírio. “Também selecionamos alvos que minimizariam o risco para civis inocentes”, disse.

Veja vídeo divulgado no twitter:

 

Apoio
O gabinete do presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou por meio de nota que a França atacou o território sírio em parceria com os Estados Unidos e o Reino Unido. Conforme esclareceu Macron, os bombardeios na Síria visam “arsenais de armas químicas do regime [de Bashar Assad]”.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, também ratificou os ataques e disse não se tratar de uma tentativa de mudar o regime sírio. “Trata-se de um ataque limitado e direcionado que não agrava ainda mais as tensões na região e que faz todo o possível para evitar mortes de civis”, disse, em comunicado.

A TV estatal síria comunicou que as defesas aéreas do país reagiram ao ataque norte-americano. O Sistema de Defesa Sírio informou ter derrubado 13 mísseis.

 

Risco à paz
O governo de Bashar Assad já havia recebido ameaças por parte de potências ocidentais, lideradas pelos EUA, após suposto ataque químico executado contra Duma, durante o último fim de semana. Tanto a Síria quanto a Rússia negam a ação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 500 pessoas foram atingidas por agentes químicos na região de Ghouta Oriental.

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou sobre o retorno da Guerra Fria – marcada pelo conflito entre Estados Unidos e Rússia – e denunciou que a situação na Síria representa, agora, o maior perigo para a paz e a segurança internacionais.

 

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