Conheça o HTS, grupo que voltou a ameaçar o regime Assad na Síria
Fundado em 2017, o Hayat Tahrir Al-Sham (HTS) tomou o controle de Aleppo durante a maior ofensiva contra o regime de Assad nos últimos anos
atualizado
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O regime de Bashar al-Assad na Síria enfrenta, desde a última semana, uma das maiores ofensivas de insurgentes dos últimos anos. A resistência ao governo é liderada pelo grupo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS).
Até o momento, o HTS e forças jihadistas aliadas já tomaram o controle de grade parte de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria. A operação, chamada de “Dissuasão da Agressão”, também mira a região de Hama.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), 514 pessoas já morreram durante a ofensiva rebelde liderada pelo HTS até o momento, que mudou o controle de Aleppo pela primeira vez desde 2016.
Hayt Tahrir Al-Sham (HTS)
Fundado em 2017 em meio à guerra civil na Síria, o Hayt Tahrir Al-Sham (HTS) é a união de cinco milícias islâmicas opositoras de Bashar al-Assad, que governa o país desde 2000. A estimativa é de que o grupo conte com cerca de 30 mil combatentes.
Antes, o HTS era conhecido como Frente Al Nusra e chegou a ter ligações com o Estado Islâmico, com quem rompeu em 2012. Posteriormente, o grupo aliou-se à Al-Qaeda, mas também se afastou da organização fundada por Osama Bin Laden.
Ao anunciar rompimento com a Al-Qaeda, o líder do grupo, Abu Mohammed Al-Jolani, também decidiu criar o HTS, classificado pelo governo dos Estados Unidos como uma organização terrorista.
Com a mudança de nome e o afastamento de outros grupos fundamentalistas islâmicos, o HTS também se distanciou do jihadismo global e passou a focar em ações na Síria, onde tenta derrubar o governo de Assad.
Apesar da classificação como uma organização terrorista, Al-Jolani vende ao mundo a imagem de que o HTS é um grupo “mais moderado” em comparação a outros, como os antigos aliados Estado Islâmico e Al-Qaeda.
Atualmente, o HTS é um dos últimos grupos a resistir à ofensiva das forças do regime Assad na Síria, apoiadas pela Rússia e Irã, que recuperou grandes partes do território do país que estava nas mãos de opositores. O grupo mantém o controle da cidade de Idlib, no noroeste do país, desde 2017.