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Conheça Los Choneros e Los Lobos: as principais facções do Equador

Guerra entre Los Choneros e Los Lobos desencadeia caos no Equador, uma trama de violência, tráfico e disputas pelo controle do crime

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Conheça Los Choneros e Los Lobos: as principais facções do Equador
1 de 1 Conheça Los Choneros e Los Lobos: as principais facções do Equador - Foto: Los Lobos/Reprodução

No submundo do crime equatoriano, duas facções rivais, Los Choneros e Los Lobos, protagonizam uma saga de violência e poder. Elas, que estão constantemente envolvidas em crimes, vivem no centro do debate sobre segurança pública do Equador, após a onda de caos instaurada no país e com o início da guerra civil entre Estado e Narcotráfico.

Originária nos anos 1990, a ascensão dos Los Choneros, liderados por Jorge Bismarck Véliz España, é marcada por sua crueldade e domínio no tráfico de drogas. Após a morte de Véliz, a gangue se reinventou como braço armado do traficante Washington Prado Alava, conhecido como “Gerald”, consolidando sua posição como uma das principais organizações criminosas do país.

Em contrapartida, Los Lobos emergiram como uma facção dissidente, desafiando a hegemonia dos Choneros e se envolvendo em uma escalada de violência que inclui ataques a líderes rivais e massacres em presídios.

Conheça, abaixo, um pouco mais da história das duas maiores facções criminosas do Equador.

Los Choneros

A gangue teve início nos anos 90, com o traficante de drogas Jorge Bismarck Véliz España, famoso pelo nível de crueldade que exercia sobre os inimigos. Essa reputação fez com que recebesse o apelido de “El Chonero”, por causa da cidade de onde nasceu, Chone, no Equador.

No início dos anos 2000, Véliz España se mudaria para Manta, na província de Manabí, onde identificou no tráfico de cocaína colombiana uma oportunidade de expandir os negócios. Ele passou então a tentar unir as gangues de traficantes locais a fim de ajudar no transporte da droga para países como Estados Unidos, criando um novo e poderoso grupo criminoso, que passou a ser chamado pelo apelido de Veliz, “Los Choneros”.

Segundo a ONG de jornalismo investigativo, InSight Crime, em 2011, o grupo já tinha extensas conexões dentro e fora das prisões do Equador, e as usava para controlar o tráfico de drogas, gerir esquemas de extorsão e organizar assassinatos de aluguel.

O poder e a influência dos Los Choneros começou a incomodar outras pequenas gangues de microtráfico, como os Queseros, com as disputas atraindo atenção nacional.

O mercado de cocaína já era dominado por outros criminosos, como Washington Prado Alava, conhecido como “Gerald”, o maior traficante de drogas do Equador. Em seu auge, Prada enviava cerca de quatro barcos de drogas por semana, com até uma tonelada de coca, para fora do país, segundo investigações do InSight Crime.

Véliz Espanã, porém, não chegou a presenciar a ascensão do grupo que ajudou a formar, sendo assassinado a tiros em 2007. Jorge Luis Zambrano González, apelidado de “Rasquiña”, ficou no lugar de líder, transformando o grupo em um braço armado de Gerald, como seguranças das remessas desde a fronteira com a Colômbia.

De acordo com o jornal equatoriano El Diario, o grupo também passou a ajudar no envio da droga para os EUA, México e Europa.

O encontro entres Los Choneros e Gerald aconteceu, em boa parte, por intermédio de Fito – o atual líder da gangue e que fugiu da prisão no domingo (7/1). Conforme relatos de investigadores equatorianos, Fito era encarregado de levar a renda do tráfico de Gerald, além de supervisionar carregamentos de drogas e organizar paradas de reabastecimento para os barcos.

O acordo entre as duas organizações duraram até Fito criar um plano para derrubar Gerald. Ao lado da esposa e de um capitão da polícia, eles arquitetaram um plano para que o criminoso recebesse informações falsas de que um trabalhador da construção civil havia roubado milhões do cofre da gangue.

Gerald mandou matar o operário e o trio atuou para garantir que a polícia e a imprensa prestassem atenção no caso. Devido ao crime, a extensão do império do tráfico de Gerald acabou sendo revelado.

Em abril de 2017, Gerald foi preso na Colômbia e, em 2018, extraditado para os EUA, onde atualmente cumpre uma pena de 19 anos de prisão, em uma penitenciária de segurança máxima. Após isso, Los Choneros conseguiram o apoio de outras gangues, se estabelecendo como uma das maiores facções criminosas do país.

Hoje, a organização atua com extorsões, assassinatos por encomenda e comércio de contrabando, além do tráfico internacional de drogas.

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Onda de violência no Equador após estado de exceção
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Onda de violência no Equador após estado de exceção

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Criminosos invadem transmissão de telejornal ao vivo

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Los Lobos

Em 2020, após a morte de Rasquiña, a hegemonia dos Los Choneros como facção dominante no Equador ficou estremecida, abrindo espaço para Los Lobos.

Assim como muitas outras gangues equatorianas, os Lobos começaram como um grupo dissidente dos Choneros. Supostamente fornecedores de armas e segurança para o cartel mexicano Jalico Nova Geração (CJNG), o grupo assumiu o controle de uma poderosa cooperativa de gangues que se auto intitulavam de Nova Geração.

Em fevereiro de 2021, a Nova Geração organizou ataques contra vários líderes regionais dos Los Choneros, a fim de assassinar dois potenciais sucessores. As disputas deixaram 80 mortos, mas ambos conseguiram sair vivos.

Nos últimos anos, Los Lobos estiveram diretamente envolvidos em vários massacres em presídios, totalizando mais de 315 presos mortos apenas em 2021.

Segundo o jornal equatoriano GK, o líder dos Lobos era Wilmer Chavarría, também conhecido como “Pipo”. Ele teria sido morto durante um tumulto na prisão em 2021, no qual 34 detentos foram mortos, de acordo com a polícia, mas isso nunca chegou a ser comprovado.

Hoje, Alexander Quesada, conhecido como “Ariel”, passou a ser o líder da gangue, que atual principalmente com tráfico de drogas, mas se tornou muito ativa na indústria da mineração ilegal.

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