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Conheça candidatos polêmicos da extrema direita na França

Imprensa francesa aponta nesta quarta-feira (3/7) candidatos da extrema direita envolvidos em controvérsias

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Marine Le Pen, política francesa, do partido de extrema direita Rassemblement National -- Metrópoles
1 de 1 Marine Le Pen, política francesa, do partido de extrema direita Rassemblement National -- Metrópoles - Foto: Reprodução/Getty Images

O partido Reunião Nacional, de Marine Le Pen e do pretendente a primeiro-ministro Jordan Bardella, acumula controvérsias, segundo reportagem do portal de notícias France Info. Nos últimos dias, candidatos da sigla de extrema direita apareceram em fotografias antigas portando símbolos no nazismo. Uma delas, Ludivine Daoudi, de Calvados (noroeste), foi convidada pela direção a abandonar a disputa.

O jornal O Progresso descobriu um concorrente sob curatela judicial, Thierry Mosca, 65 anos, da região do Jura (leste). Tecnicamente, ele é inelegível devido à situação judicial. Confira a publicação aqui.

Durante um debate entre dois turnos organizado pela imprensa local em Yonne (centro), o deputado do RN Daniel Grenon, que concorre à reeleição, fez comentários abertamente racistas. “Magrebinos [imigrantes do norte da África] chegaram ao poder em 2016. Estas pessoas não podem ocupar cargos elevados”, disse. Ele se referia à ex-ministra da Educação Najat Vallaud-Belkacem, nascida no Marrocos e naturalizada francesa em 1998. Ela fez parte da equipe do ex-presidente François Hollande. Os socialistas anunciaram que irão tomar medidas legais contra o candidato.

A atual candidata a deputada Annie Claire Bell Jaccoud participou de um sequestro ao lado do marido, em 1995. Armada com uma espingarda, ela invadiu a prefeitura de Ernée (noroeste) e manteve um funcionário municipal como refém durante várias horas. Na época, Annie Bell, hoje uma comerciante aposentada, estava atolada em dívidas e foi à prefeitura reclamar da cobrança de impostos.

Em entrevista à rádio France Inter, o primeiro-ministro Gabriel Attal lembrou que um quarto dos candidatos da extrema direita estão envolvidos em polêmicas declarações racistas, antissemitas e homofóbicas. Mas o secretário-geral do partido, Louis Alliot, ex-companheiro de Marine Le Pen, rebateu as críticas em entrevista ao site France Info dizendo que “não era possível saber tudo o que falavam ou fizeram os candidatos do partido no passado”.

Pai de Macron fala sobre a dissolução da Assembleia

Em uma entrevista exclusiva ao jornal regional Dauphiné Libéré, Jean-Michel Macron, pai do presidente francês, explica que a decisão do filho “de dissolver a Assembleia Nacional não foi provocada pelos resultados das eleições europeias”, vencidas pela extrema direita. Macron já teria conversado com o pai que refletia sobre essa possibilidade dois meses antes da votação de 9 de junho. O motivo alegado foi que tinha se tornado “impossível governar o país”, sem maioria na Casa. Antes de dissolver a Assembleia, a base parlamentar de Macron tinha 250 deputados, uma maioria relativa que o incomodava, mas não o impedia concretamente de governar. Confira a publicação aqui.

Preocupado com a chegada ao poder da extrema direita, Jean-Michel Macron disse não acreditar na demissão do filho, mesmo que não tenha discutido o assunto com ele. “Só espero que depois do fim do mandato, em 2027, ele faça algo diferente da política”, declarou.

Frente democrática vai funcionar?

A quatro dias do segundo turno, uma frente democrática formada por partidos de esquerda e de centro-direita se consolida, para evitar que a extrema direita conquiste a maioria absoluta das vagas na Assembleia (289 cadeiras) e, com isso, forme um governo.

Ao todo, 221 candidatos qualificados para o segundo turno desistiram da disputa desde domingo (30/6), para ampliar as chances de vitória de um segundo colocado de esquerda ou do bloco de centro que enfrentará um concorrente do partido Reunião Nacional.

O primeiro-ministro Gabriel Attal, do partido de Macron, insistiu nesta quarta-feira que tudo deve ser feito para impedir a extrema direita de obter a maioria absoluta no Parlamento (289 deputados), até votar num candidato de esquerda radical. Resta saber se o eleitor irá seguir essa recomendação de voto. Macron já excluiu uma coalizão com o partido França Insubmissa (LFI), do líder Jean-Luc Mélenchon, mas não com ecologistas, socialistas e comunistas. A direita republicana sugere a formação de um governo provisório, sem os extremos.

Segundo o cientista político Jérôme Fouquet, diretor do departamento de Opinião do instituto Ifop, é preciso ser “modesto e cuidadoso” com as projeções de cadeiras” na Assembleia Nacional depois do segundo turno. Há duas questões fundamentais, segundo ele. Primeiro, a nova configuração das disputas após as desistências de 221 candidatos.

O cientista político considera que “vencer um candidato da extrema direita é mais difícil num duelo do que numa eleição triangular”. De acordo com a legislação francesa, quando há três candidatos em disputa, aquele que ficar em primeiro lugar leva, independentemente do percentual de votos que receber. O segundo parâmetro a ser levado em conta, para Fouquet, “é ver como irão agir os eleitores dos candidatos que foram eliminados ou que desistiram” de participar do segundo turno.

No atual estágio da campanha, o diretor do Ifop, acredita que o RN tende a obter a maioria relativa do Parlamento.

Leia mais no parceiro no RFI, parceiro de Metrópoles.

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