“Condenar homossexuais é pecado”, diz papa Francisco
Papa Francisco defendeu que pessoas LGBTQIA+ não devem ser criminalizadas e que “Deus os acompanha”
atualizado
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O atual líder da Igreja Católica, papa Francisco, declarou neste domingo (5/2) que condenar homossexuais é “um pecado”.
“As pessoas de tendência homossexual são filhas de Deus e Deus os quer bem, os acompanha. Não estou falando de grupos, mas das pessoas. Os lobbys são outra coisa e eu estou falando das pessoas. A criminalização da homossexualidade é um problema que não pode passar”, disse a repórteres.
Questionado sobre seu posicionamento em relação a leis que discriminam os homossexuais, o pontífice respondeu:
“Isso não é certo. Pessoas com tendências homossexuais são filhos de Deus. Deus os ama. Deus os acompanha… condenar uma pessoa assim é um pecado.”
Papa Francisco critica criminalização da homossexualidade. “São filhos de Deus. Deus os ama, Deus os acompanha.”
Pontífice conversou com jornalistas no retorno de uma viagem ao Sudão do Sul. “Condenar tal pessoa é um pecado”, afirmou. pic.twitter.com/gy7yp3zfMV
— Metrópoles (@Metropoles) February 5, 2023
Em janeiro, Francisco levantou uma polêmica ao declarar que ser gay não é crime, mas é pecado. Na ocasião, ele também criticou as leis que criminalizam a homossexualidade e as classificou como “injustas”.
Ao menos 67 países ou jurisdições criminalizam a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo. Em alguns casos, a pena é a morte, de acordo com o The Human Dignity Trust, que trabalha contra essas leis.
“Quem sou eu para julgar?”
Em 2013, questionado sobre um padre supostamente gay, o líder da Igreja Católica afirmou: “Quem sou eu para julgar?”. Francisco agradou a comunidade LGBTQIA+ por ter defendido o direito de homossexuais à união civil.
No entanto, ele também foi alvo de críticas por um decreto, de 2021, que afirma que a Igreja não pode abençoar uniões do mesmo sexo “porque Deus não pode abençoar o pecado”.
Em 2008, o Vaticano se recusou a assinar uma declaração da ONU que pedia a descriminalização da homossexualidade. Para o comando da Igreja, o texto ia além do escopo original e também incluía linguagem sobre “orientação sexual” e “identidade de gênero”, pontos considerados problemáticos. Em uma declaração na época, o Vaticano exortou os países a evitar a “discriminação injusta” contra os gays e acabar com as penas contra eles.