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Compositor francês Michel Legrand morre aos 86 anos

Ao longo de uma carreira de mais de 50 anos, o cantor e pianista recebeu vários prêmios, entre eles três Oscars

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LAURENT CIPRIANI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Morre o masestro e compositor francês Michel Legrand
1 de 1 Morre o masestro e compositor francês Michel Legrand - Foto: LAURENT CIPRIANI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O compositor francês Michel Legrand, criador dos clássicos de Os Guarda-Chuvas do Amor (1964) e Duas Garotas Românticas (1967), morreu na noite dessa sexta-feira (25/1), aos 86 anos, informaram neste sábado (26) veículos de imprensa franceses. Ao longo de sua carreira de mais de 50 anos, Legrand recebeu vários prêmios, entre eles três Oscars.

Cantor e pianista, Legrand, nascido em Paris em 24 de fevereiro de 1932, trabalhou para grandes nomes da música e do cinema internacional, como Orson Welles, Jean-Luc Godard, Ray Charles, Jean Cocteau, Frank Sinatra, Edith Piaf, Clint Eastwood e Robert Altman.

A canção The Windmills Of Your Mind, que fez parte da trilha sonora de Crown, o Magnífico, rendeu ao artista sua primeira estatueta de Hollywood, em 1969. As outras duas foram pela trilha sonora de Houve uma Vez um Verão, de Robert Mulligan (1971), e por Yentl (1984), de Barbra Streisand. Legrand também foi indicado 27 vezes ao Grammy, sendo premiado em cinco ocasiões. O compositor foi premiado, ainda, pelo Festival de Cannes.

Virtuoso do jazz – ele tocou e gravou com vários dos mais notáveis músicos modernos, incluindo Miles Davis -, sua vocação veio desde a infância, com um pai compositor e um tio diretor de orquestra. Menino prodígio, ele foi admitido no Conservatório de Paris aos 10 anos.

Aos 16, ganhou medalha de ouro em harmonia e composição e nunca mais abandonou a música – foram cerca de 150 trilhas sonoras ao longo de sua carreira, incluindo, também, a obra-prima de Viver a Vida, de 1962, dirigido por Jean-Luc Godard.

O artista chegou a dizer que se sentia orgulhoso por suas canções terem se tornado temas padrão e não meros sucessos comerciais, que, para ele, desaparecem em seis meses, e enquanto o outro exemplo permanece “durante décadas”.

Anos pesavam
Legrand tocou pela última vez em um ensaio, no mês passado, e seguia compondo e tocando piano uma hora por dia, mesmo quando os anos pesavam e ele tinha que poupar sua energia, disse Claire de Castellane, música e produtora que organizou uma série de concertos solo de Legrand recentemente. De Castellane confirmou a morte do cantor neste sábado, sem dar mais detalhes.

O presidente da França Emmanuel Macron deu suas condolências à esposa e aos filhos de Legrand, a quem chamou de “gênio incansável”. “Suas canções únicas que tocam em nossa cabeça e são cantaroladas nas ruas se transformaram a trilha sonora de nossas vidas”, disse Macron.

As manifestações pela morte do artista se multiplicaram, especialmente no mundo da cultura. O ex-ministro da Cultura da França Jack Lang se despediu de um “músico mágico de mil e uma partituras” que “será eternamente um grande”.

A cineasta belga Agnès Varda se disse tocada em seu coração e comentou “a aventura artística única” compartilhada entre Legrand e o marido dela, Jacques Demy. Pai de três filhos, Legrand era casado desde 2014 com a atriz Macha Meril.

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