Comissão confirma prisão de brasileira na Nicarágua
Emilia Mello, 27 anos, e foi detida a caminho de uma manifestação contra o presidente Daniel Ortega
atualizado
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O secretário executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o brasileiro Paulo Abrão, confirmou neste domingo (26/8) em sua conta no Twitter, a prisão da documentarista brasileira Emilia Mello, em Manágua, na Nicarágua.
Emilia estava junto com pelo menos 27 pessoas, na sua maioria universitárias. Elas foram detidas de “maneira arbitrária” pela polícia enquanto viajavam para a cidade colonial de Granada para participar de uma marcha contra o governo do presidente Daniel Ortega.
A documentarista posteriormente foi levada à sede da Direção de Migração e de Estrangeiros, onde, segundo a versão que as autoridades ofereceram aos detidos, será deportada.
Também através do Twitter, Abrão afirmou que Emilia Mello foi transferida do Centro Oeste de Dentenção para Migração, onde seria expulsa ainda neste domingo (26/8).
Além de Emília Mello, foram detidos no município de San Marcos outros 19 nicaraguenses, entre eles, dois cineastas locais, que horas depois foram libertados.
Desde o último mês de abril, milhares de nicaraguenses saem às ruas para protestar contra Ortega, no marco de uma crise que deixou entre 322 e 448 mortos, segundo organismos humanitários internacionais e locais. O governo local reconhece apenas 198 mortes e denuncia uma tentativa de golpe de estado.
As manifestações contra Ortega e sua mulher, a vice-presidente Rosário Murillo, começaram por causa de fracassadas reformas de seguridade social e se transformaram em um movimento que exige a renúncia do presidente, depois de 11 anos no poder, em meio a acusações de abuso e corrupção.