Combustível, comida e carros: como a guerra tira produtos do mercado
Putin proibiu a venda de 200 produtos até 2023. Contragolpe é um recado geopolítico. Os russos também vão boicotar o comércio internacional
atualizado
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Pressionada e com prejuízos se acumulando na economia, a Rússia reagiu: proibiu a exportação de uma série de produtos feitos no território comandado por Vladimir Putin.
O contragolpe é um recado geopolítico. Os russos também vão boicotar o comércio internacional, caso o Ocidente continue a penalizar a economia do país com sanções cada vez mais duras.
Putin proibiu a venda de 200 produtos até 2023. Além disso, suspendeu temporariamente as relações com quatro países da União Econômica da Eurásia (UEE).
Putin manda governo sabotar sanções e proíbe a venda de 200 produtos.
Drones, aviões, açúcar, trigo, centeio, cevada, milho, equipamentos tecnológicos, equipamentos de telecomunicações, veículos, máquinas agrícolas, equipamentos elétricos, locomotivas, contêineres, turbinas de aeronaves, máquinas para corte de metais e pedras, e displays de vídeo, entre outros produtos russos, deixarão de ser vendidos.
Até 31 de agosto deste ano, Armênia, Belarus, Cazaquistão e Quirguistão ficarão sem o fornecimento de alimentos exportados pela Rússia. O Kremlin, sede do governo, explica que a medida serve para garantir o mercado doméstico.
Putin está irritado. Na quinta-feira (10/3), ele reuniu integrantes da cúpula do governo das áreas de economia, defesa e comércio exterior.
“As sanções contra a Rússia não são legítimas. O Ocidente tenta culpar a Rússia por seus próprios erros”, reclamou, ao abrir o encontro.
A Rússia tem sofrido embargos sucessivos, cada um mais abrangente do que o outro, após ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro. O mais duro deles foi o boicote dos Estados Unidos ao petróleo russo.
Lá, as empresas não podem negociar o produto por tempo indeterminado. O mundo reagiu em cadeia. No Brasil, a Petrobras anunciou o reajuste da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Efeito da guerra.
Não é só. Reino Unido, França, Alemanha, Austrália, Japão, Canadá, Itália e uma série de outros países anunciaram sanções contra produtos, serviços, autoridades e empresários russos. Ao menos 300 multinacionais já deixaram a Rússia.
Putin assiste à inflação subir, ao rublo se desvalorizar e ao mercado interno amargar prejuízos com a disparada dos preços de pão, açúcar e gasolina.
Rússia se tornou o país do mundo sobre o qual mais pesam sanções econômicas, que podem ser impostas a pessoas, empresas, autoridades ou ao governo em si. O país foi alvo de 2,7 mil punições.
A Rússia no mundo
A Rússia possui recursos naturais de forte potencial para seu desenvolvimento econômico. O país tem a maior reserva de gás natural do mundo e umas das maiores reservas de carvão e de petróleo.
Além disso, a economia do Estado é caracterizada por ter fortes setores militar, industrial e científico. O país de Putin é um dos maiores vendedores de armas militares.
A nação russa tem enormes capacidades científicas, é uma das primeiras potências espaciais e faz parte do clube nuclear mundial.