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Com vitória do democrata Jon Ossoff, Joe Biden garante maioria no Senado e na Câmara

O candidato concorria com o republicano David Perdue ao segundo turno ao Senado no estado americano da Georgia

atualizado

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Drew Angerer/Getty Images
Joe Biden
1 de 1 Joe Biden - Foto: Drew Angerer/Getty Images

Nesta quarta-feira (6/1), a imprensa americana está projetando a vitória do democrata Jon Ossoff em cima do republicano David Perdue na disputa do no segundo turno ao Senado no estado americano da Georgia. Os jornais do país já haviam declarado Raphael Warnock vencedor em cima de Kelly Loeffler.

Com a vitória da dupla democrata, o futuro presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá um trunfo importante na política do país: o controle das duas casas do Congresso do país.

O sistema político dos EUA é bicameral, como o do Brasil, e pede que projetos legislativos importantes sejam aprovados nas duas casas para que possa entrar em vigor. Além disso, é o Senado que aprova indicações importantes para cargos de relevo, como o de juiz da Suprema Corte.

O gráfico a seguir mostra quantos assentos em cada casa os partidos democratas e republicanos controlará. Há dois independentes no Senado que votam com os democratas e por isso foram contados como tal.

O mais comum na política recente dos Estados Unidos é um presidente começar com a maioria nas duas casas e perder esse controle em algum momento de seu mandato. Isso aconteceu com o último presidente democrata, Barack Obama, que teve maioria na Câmara apenas nos dois primeiros anos dos oito que passou no cargo máximo dos EUA. Já no Senado ele teve a maior bancada entre 2009 e 2015. Ele deixou o cargo em 2017.

O democrata Jimmy Carter foi o único presidente desde 1977 — quando ele assumiu a Casa Branca — a ter uma maioria nas duas casas durante todo o mandato. Depois dele, seis presidentes o sucederam na chefia do Executivo dos EUA — quatro republicanos e dois democratas — e todos tiveram uma minoria na Câmara ou no Senado por parte do mandato.

O pior caso foi o de George H.W. Bush, que presidiu os EUA entre 1989 e 1993. Ele nunca controlou qualquer uma das casas e não foi reeleito, perdendo para o democrata Bill Clinton.

A gestão de Obama é um bom exemplo da importância de se ter a maioria nas duas casas do Congresso. A reforma feita por seu governo no sistema de saúde americano, a Lei do Cuidado Acessível (Affordable Care Act em inglês), ou Obamacare como ficou conhecida, foi aprovada enquanto ele tinha a maioria tanto na Câmara quanto no Senado.

Outro exemplo aconteceu na gestão de Donald Trump. Já em 2020, com as pesquisas mostrando que o favorito para a vitória era Joe Biden, o presidente republicano conseguiu aprovar a nomeação de Amy Coney Barret para a suprema corte do país, sedimentando uma maioria conservadora por um bom tempo.

“Quando o partido opositor tem o domínio das duas casas, ele paralisa o governo”, apontou o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Antonio Jorge Ramalho, citando o segundo mandato de Barack Obama como emblemático nesse sentido. Em 2016, por exemplo, ele  não conseguiu aprovar o nome de Merrick Garland para a Suprema Corte por não ter a maioria no Senado.

Agora, com pelo menos de dois anos com a maioria no Congresso dos EUA, Biden deve conseguir aprovar um projeto que dará US$ 2 mil para cada cidadão do país. O objetivo é diminuir os efeitos negativos da pandemia de Covid-19. Além disso, “a agenda dele é de volta a normalidade nas relações internacionais, não é ambiciosa”, explicou Ramalho. Assim, o seu principal trabalho será na recuperação da imagem dos Estados Unidos no cenário mundial.

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