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Com risco de invasão em alta, Ucrânia convoca militares reservistas

Rússia planeja invadir país do leste europeu em retaliação ao ingresso da nação na Otan. Crise tem atingido níveis cada vez mais tensos

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Turkey’s President Recep Tayyip Erdogan Visits Kyiv
1 de 1 Turkey’s President Recep Tayyip Erdogan Visits Kyiv - Foto: Chris McGrath/Getty Images

Em resposta à escalada do risco de invasão pela Rússia, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, determinou a convocação de militares reservistas. A informação foi confirmada por agências internacionais de notícias.

No início da noite desta terça-feira (22/2), Zelenskiy anunciou a convocação. Essa é a segunda vez que o presidente ucraniano toma uma medida desse tipo. Em janeiro o país realizou treinamentos militares. Na prática, esse é um chamamento que deixa militares aptos a combaterem em um possível confronto.

A convocação ocorreu horas após discursos de lideranças mundiais como dos presidentes da Rússia, Vladmir Putin, e dos Estados Unidos, Joe Biden, além de manifestações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Europeia. O país também já havia pedido mais armas aos países do Ocidente sob o argumento de “resistência” contra a Rússia.

Em pronunciamento, o presidente ucraniano argumentou que tem procurado soluções diplomáticas, mas que o país estará preparado para um hipotético conflito. A convocação foi anunciada dentro de um plano econômico que prevê mudanças em impostos.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Esse é mais um movimento em torno da crise geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia. A terça ficou marcada pela aplicação de sanções contra os russos, ameaças internacionais de respostas a um possível ataque e o mundo em alerta para uma guerra no leste europeu.

Biden entende que, ao reconhecer Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes, Putin admitiu que tentará dominar esse território. Segundo o presidente norte-americano, Putin autorizou que militares avancem para outras regiões ucranianas.

“Por que Putin acha que tem direito de dizer que tem direito ao território de outro país? Desrespeita leis internacionais e necessita de respostas da comunidade internacional”, criticou ao anunciar sanções.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, fez um alerta sobre a possibilidade iminente de um ataque russo à Ucrânia. Stoltenberg pediu calma e defendeu uma solução diplomática. “Nunca é tarde para não atacar. Pedimos à Rússia que recue e desescale militares e se esforce diplomaticamente”, salientou.

Em entrevista no Kremlin, sede do governo russo, Putin voltou a sustentar que a Ucrânia oferece risco à Moscou por ter “grande arsenal de armas nucleares”. Ele repetiu que os vizinhos têm usinas nucleares e podem enriquecer urânio, material básico para bombas atômicas.

“A Ucrânia, desde a época soviética, possui grande força nuclear, como usinas. O que falta para eles é somente um sistema de enriquecimento de urânio. Para a Ucrânia, isso é um problema simples. Para nós, é uma ameaça estratégica”, frisou Putin.

Crise em escalada

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Nos últimos dias, a crise aumentou. A Rússia enviou soldados para a fronteira com a Ucrânia, reconheceu duas regiões separatistas ucranianas como repúblicas independentes e tem intensificado as atividades militares. A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia ao seu território.

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