Com pandemia, 118 milhões de pessoas começaram a passar fome em 2020
ONU afirma que meta de zerar a fome até 2030 não será alcançada. Até lá, 660 milhões de pessoas ainda estarão subnutridas
atualizado
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Cerca de 118 milhões de pessoas a mais passaram fome em 2020. O dado coincide com o ano em que a pandemia de Covid-19 teve início, fato que contribuiu para a desestruturação da economia e agravou as desigualdades.
O levantamento faz parte do mais recente relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e foi publicado nesta segunda-feira (12/7). Com base no estudo, estima-se que quase 10% da população do mundo está subnutrida. Ásia e África registram as piores situações. Segundo a ONU, entre 720 milhões e 811 milhões de pessoas passaram fome no ano passado.
A pesquisa anual O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional do Mundo mostrava uma estabilização no índice durante a década de 2010. O estudo mais recente aponta que a pandemia pode ter atrasado em 15 anos o combate à fome.
Segundo a FAO, a meta de zerar a fome em 2030 não será alcançada, com 660 milhões de pessoas subnutridas ao fim desta década. Do total, 3o milhões de casos estariam diretamente ligados às consequências da pandemia da Covid-19.
Já no Brasil, segundo pesquisa Datafolha de maio, um a cada quatro brasileiros afirmou que a quantidade de comida na mesa foi menor do que o suficiente nos últimos meses. A região Nordeste foi a mais afetada.