Com Mykolaiv ocupada, Ucrânia afunda próprio navio para evitar captura
Decisão ocorre para evitar que russos ataquem principal navio do país e usem embarcação contra as tropas ucranianas
atualizado
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Tropas militares da Marinha da Ucrânia afundaram, nesta sexta-feira (4/3), o principal navio de guerra do próprio país, ancorado na cidade portuária de Mykolaiv, no Mar Negro. A decisão ocorreu em razão do risco de que soldados russos capturassem a embarcação e a usassem contra as forças ucranianas.
De acordo com informações de veículos locais, a invasão russa ao território portuário ocorreu pela manhã. O governador da cidade, Vitaliy Kim, afirma que as ruas da cidades estão tomadas de combatentes locais que resistem ao domínio dos militares russos. Ele recomendou que os moradores, em especial mulheres e crianças, permaneçam em casa e “não entrem em pânico”.
A investida russa é uma tentativa do Kremlin de dominar a região Sul da Ucrânia. Diante do avanço dos soladados, sirenes dispararam no início da tarde desta sexta-feira, pelo horário de Brasília, segundo a imprensa internacional. É um aviso para o risco de bombardeios.
Mais invasões
Outra cidade sob forte ataque é Mariupol. Lá, as tropas executam bombardeios sem intervalo. Segundo o governo ucraniano, é preciso retirar 200 mil pessoas da província para evitar mortes.
O mundo acompanha com preocupação o desenrolar dos últimos ataques. Os russos bombardearam a maior usina nuclear da Europa, na cidade de Zaporizhzhia, na Ucrânia. A central foi cercada, bombardeada e pegou fogo.
Uma explosão poderia causar uma tragédia 10 vezes maior que o acidente em Chernobyl, em 1986 — até então a maior catástrofe do tipo —, segundo alertou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, conversou ao telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, e pediu que suspenda imediatamente todas as ações militares, disse um porta-voz do governo alemão nesta sexta.
A Ucrânia denunciou que o Exército russo tem planos de executar um múltiplo bombardeio em grandes cidades na noite desta sexta. Os negociadores que tentam chegar a um acordo de cessar-fogo admitiram que é difícil estabelecer, por parte da Rússia, uma pausa nos ataques.
Os representantes, na manhã desta sexta, emitiram pronunciamento categórico: “Rússia vai bombardear grandes cidades hoje”.