Com lucro de US$ 48,4 bilhões, petrolífera saudita bate recorde
Ganho da empresa Saudi Aramco no segundo trimestre de 2022 é maior do que o PIB de mais da metade dos países do mundo
atualizado
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A gigante petrolífera saudita Saudi Aramco bateu recorde com lucro de US$ 48,4 bilhões no segundo trimestre de 2022, um aumento de 90% em relação ao ano anterior. O valor é maior do que o Produto Interno Bruto (PIB) de mais da metade dos países do mundo.
Se fosse uma nação, a companhia ocuparia a 88ª posição no ranking do Banco Mundial que lista o PIB de 207 países (em 2021) — entre a República Democrática do Congo (US$ 53,9 bilhões) e a Tunísia (US$ 46,8 bilhões).
De acordo com a Bloomberg, os números da empresa produtora de petróleo representam “o maior lucro trimestral ajustado de qualquer empresa listada na Bolsa”. Além dos lucros elevados, a gigante estatal de energia saudita anunciou que manteria seus dividendos inalterados em US$ 18,8 bilhões no terceiro trimestre.
A invasão da Ucrânia pela Rússia fez os preços do petróleo e do gás dispararem. A Rússia é um dos maiores exportadores do mundo, mas as nações ocidentais se comprometeram a reduzir a dependência do país em relação às necessidades energéticas. Contudo, os preços do petróleo já estavam subindo antes da guerra na Ucrânia, quando as economias começaram a se recuperar da pandemia de covid-19, e a demanda superou a oferta.
Os maiores produtores de petróleo do mundo, como a ExxonMobil, Chevron e BP, registraram lucros exorbitantes este ano. O crescimento levou a pedidos crescentes para que os governos imponham um imposto extraordinário em meio a um aumento alarmante do custo de vida.
A Arábia Saudita é o maior produtor individual da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), grupo que representa os maiores produtores de petróleo do mundo. Na semana passada, a Opep+ — que inclui a Rússia —concordou em aumentar a produção em um esforço para ajudar a aliviar os altos preços do petróleo.
No entanto, o aumento mais recente da produção está em um ritmo muito mais lento do que nos últimos meses. A decisão foi um golpe para líderes mundiais, incluindo Biden, que fizeram um apelo pela intensificação da produção.
A companhia Saudi Aramcon disse à BBC Portugal que vai continuar expandindo para satisfazer a demanda.
“Embora a volatilidade do mercado global e a incerteza econômica permaneçam, os acontecimentos durante o primeiro semestre deste ano sustentam nossa visão de que o investimento contínuo em nosso setor é essencial, tanto para ajudar a garantir que os mercados permaneçam bem abastecidos quanto para facilitar uma transição energética ordenada”, declarou o presidente e CEO da Aramco, Amin Nasser.