metropoles.com

Com guerra, sanções contra Rússia crescem 90% e chegam a 5 mil

País já aparecia no ranking das nações com boicotes econômicos, ao lado de Irã, Síria e Coreia do Norte, mas viu disparar restrições

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Gui Prímola / Metrópoles
Vladimir Putin, presidente da Rússia
1 de 1 Vladimir Putin, presidente da Rússia - Foto: Gui Prímola / Metrópoles

A guerra na Ucrânia provocou uma reação em cadeia contra a Rússia. Em pouco mais de 30 dias, as sanções contra a nação comandada pelo presidente Vladimir Putin cresceram 91%.

A “reputação” russa já não era boa. O país figurava no ranking das nações com boicotes econômicos, ao lado de Irã, Síria, Coreia do Norte, Venezuela, Myanmar e Cuba.

Porém, após invadir o território ucraniano, em 24 de fevereiro, e promover sucessivos bombardeios, os principais blocos econômicos e as maiores potências mundiais endurecerem as punições. O número passou de 2.754, antes do conflito, para 5.262 até 30 de março.

Os números foram analisados pelo Metrópoles, com base em informações publicadas pela plataforma Castellum.AI, especializada em investigação de dados.

Suíça, Reino Unido, Estados Unidos, França, Canadá, Austrália e Japão são os países que mais aplicaram sanções contra a Rússia. Isso sem considerar as punições em bloco, como as impostas pela União Europeia e do G7 (grupos dos países mais ricos), por exemplo.

O Irã aparece em segunda colocação na lista dos países que mais sofreram sanções, com 3.616 restrições. Síria (2.608), Coreia do Norte (2.077), Venezuela (651),Myanmar (510) e Cuba (208) completam o ranking.

Todo esse volume de restrições tem causado problemas econômicos ao país de Putin. Lá, a inflação disparou e encareceu serviços e produtos. Além disso, a moeda russa, o rublo, e a bolsa de valores nacional estão em severa desvalorização.

13 imagens
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
1 de 13

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
2 de 13

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
3 de 13

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
4 de 13

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
5 de 13

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
6 de 13

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
7 de 13

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
8 de 13

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
9 de 13

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
10 de 13

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
11 de 13

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
12 de 13

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
13 de 13

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Novas punições

O governo dos Estados Unidos admitiu ao longo da semana que estuda novas sanções contra a Rússia. O país já proibiu a compra do petróleo russo — considerado o golpe econômico mais duro desde o início do conflito.

O Reino Unido, por outro lado, anunciou também nesta quarta-feira (30/3) um novo pacote de sanções à Rússia. Uma das medidas o fornecimento de assistência técnica para navios e aviões que beneficiariam alguém sancionado.

Segundo a agência de notícias internacionais Reuters, o governo está “agindo em conjunto com aliados ocidentais” para tentar paralisar a economia russa como punição pela invasão da Ucrânia por Moscou.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que as sanções devem se intensificar até que não haja mais tropas russas na Ucrânia.

Ele tem como alvo o acesso da Rússia ao sistema financeiro internacional, indústrias-chave como transporte e defesa e elites ricas próximas ao presidente Putin.

Guerra

O governo russo mandou recados ao Ocidente e à Ucrânia sobre o possível fim da guerra. O país comandado pelo presidente Vladimir Putin demonstrou não acreditar em um desfecho rápido para o conflito.

Ao realizar pronunciamento em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, foi cauteloso sobre um possível acordo de cessar-fogo.

Peskov declarou que “ainda não há sinais de avanço e que não houve nada a ser descrito como realmente promissor”. Além disso, avisou que ainda haverá um “longo período de trabalho pela frente”.

Vale ressaltar que a Rússia não trata a luta armada no Leste Europeu como guerra, mas sim, como uma “operação militar especial”.

Nova estratégia

O governo russo confirmou que redistribuiu tropas de seu Exército para sitiar a região separatista pró-Rússia de Donbass, onde estão as cidades de Donetsk e Luhansk, no Leste ucraniano.

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, explicou que as tropas russas que estavam realizando ofensivas em Kiev, capital e coração do poder, e Chernihiv irão se “reagrupar”.

Segundo a agência estatal de notícias RIA, a intenção é que os militares se reúnam para “libertar a região de Donbass”.

Essa seria uma “segunda fase” da invasão, uma vez que Shoigu disse que os objetivos da primeira fase foram concluídos.

A declaração do ministério veio um dia depois de a Rússia garantir que reduziria as operações perto de Kiev e Chernihiv.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?