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Com critério incerto, brasileiros vivem expectativa para sair de Gaza

Israel afirmou ao Brasil que a passagem será liberada até a próxima quarta (8/11). Enquanto isso, brasileiros ficam de fora das listas

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Imagem colorida mostra Palestinos, alguns com passaportes estrangeiros, que esperam cruzar para o Egito na passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza brasileiros - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Palestinos, alguns com passaportes estrangeiros, que esperam cruzar para o Egito na passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza brasileiros - Metrópoles - Foto: Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

O grupo de 34 brasileiros e familiares próximos segue na expectativa de cruzar a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, na cidade de Rafah. A passagem começou a ser aberta em 1º de novembro, mas, até o momento, a lista de selecionados não inclui nenhum dos cidadãos que serão repatriados pelo governo brasileiro.

Este sábado (4/11) marca o quarto dia de espera pela autorização para cruzar a fronteira desde que começou a travessia. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou ter conseguido a garantia do chanceler de Israel de que os brasileiros serão liberados até a próxima quarta-feira (8/11), podendo esse prazo ser adiantado em um ou dois dias.

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse, na última quarta (1°/11), que o país não fará oposição à saída de cidadãos com dupla nacionalidade. Até o momento, no entanto, não estão claros os critérios utilizados na seleção dos nomes autorizados a deixar Gaza.

A falta de inclusão de nacionalidades, entre elas a brasileira, tem rendido a Israel acusações de que o país estaria agindo sob critérios políticos. Ao UOL o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, questionado sobre a saída de brasileiros e outros cidadãos de países em desenvolvimento, afirmou que tem a impressão que “nosso sangue vale menos” que o de pessoas nascidas em países considerados ricos.

Esse grupo de 34 brasileiros e familiares próximos está abrigado próximo à fronteira do Egito, em Khan Younes e Rafah. O governo do Brasil planeja buscar os brasileiros por terra e, depois, encaminhá-los ao aeroporto do Cairo, no Egito, onde serão repatriados pela Força Aérea Brasileira (FAB).

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Pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, a passagem aqui na fronteira Gaza-Egito foi aberta esta semana para permitir que um pequeno número de portadores de passaportes estrangeiros e gravemente feridos entrassem no Egito
Palestinos com passaportes estrangeiros atravessam para o Egito na Passagem de Rafah, em Gaza
Famílias inteiras passam de Gaza para o Egito fugindo da guerra entre Hamas e Israel
Palestinos aguardam nome ser chamado para sair de Gaza e entrar no Egito
Travessia de Gaza para o Egito
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Palestinos, alguns com passaportes estrangeiros, que esperam cruzar para o Egito na passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza

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Pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, a passagem aqui na fronteira Gaza-Egito foi aberta esta semana para permitir que um pequeno número de portadores de passaportes estrangeiros e gravemente feridos entrassem no Egito

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Palestinos com passaportes estrangeiros atravessam para o Egito na Passagem de Rafah, em Gaza

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Famílias inteiras passam de Gaza para o Egito fugindo da guerra entre Hamas e Israel

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Palestinos aguardam nome ser chamado para sair de Gaza e entrar no Egito

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Travessia de Gaza para o Egito

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Escolha de nomes

Na primeira relação de nomes, do dia 1º de novembro, constavam 500 pessoas da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca.

No dia seguinte, foram mais 576 pessoas. Dessa vez, havia pessoas do México, Hungria, Croácia, Coreia do Sul, Azerbaijão, Grécia, Chade, Bahrein, Itália, Suíça, Sri Lanka, Holanda, Bélgica e Macedônia do Norte.

A lista mais recente, desta sexta, tinha 71 pessoas autorizadas a fazer a travessia. São norte-americanos, britânicos, italianos, alemães, mexicanos e indonésios. Vale destacar que a saída tem se limitado a cidadãos com dupla nacionalidade e, entre os palestinos, apenas alguns feridos puderam cruzar a fronteira.

Cidadãos de Gaza e estrangeiros tentam deixar o território palestino diante da escalada do conflito entre Israel e o Hamas. Em 7 de outubro, o grupo extremista promoveu um ataque surpresa contra Israel, que deixou mais de 1,4 mil mortos.

Em retaliação, o governo israelense tem bombardeado e empreendido incursões localizadas à Faixa de Gaza, que deixaram mais de 9 mil mortos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza. Os israelenses ainda dificultaram o acesso a suprimentos de primeira necessidade, como combustível, comida e medicamentos, o que levou uma crise humanitária a recair sobre a região.

Conflito não alivia

A guerra entre Israel e o Hamas não dá sinais de alívio. Nessa sexta (3/11), o primeiro-ministro israelense garantiu que não acatará um cessar-fogo temporário, a não ser que o grupo extremista liberte os mais de 200 reféns capturados no último dia 7/10.

“Israel nega um cessar-fogo temporário que não inclua a libertação de nossos reféns. Israel não deixará entrar combustível em Gaza, e se opõe a enviar dinheiro para Gaza”, afirmou. O governo israelense afirmou, em diversas ocasiações, que a guerra tem como objetivo principal a destruição do Hamas.

Essa sexta (3/11) também acabou marcada pelo ataque aéreo contra uma comboio de ambulâncias da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS), membro do Movimento Internacional da Cruz Vermelha. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é comandado pelo Hamas, o ataque teria deixado 15 mortos.

Segundo a organização, os veículos retornavam de uma missão para transportar feridos até a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, na cidade de Rafah. “Nossos colegas foram salvos por milagre”, diz postagem da organização na rede social X (antigo Twitter).

As Forças de Defesa de Israel confirmaram a autoria do bombardeiro e disseram que miravam alvos do Hamas. De acordo com comunicado das tropas israelenses, a ambulância atingida era usada pelo grupo extremista.

O texto acrescenta que alguns terroristas teriam sido mortos no ataque. “Nós temos informações que demonstram que os métodos de operação do Hamas são de transferir terroristas e armas em ambulâncias”, alega.

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