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Com 8 cidades ucranianas ocupadas ou sitiadas, avanço russo desacelera

Melitopol, Berdyansk, Donetsk e Luhansk estão sob o controle das tropas russas; Chernihiv, Sumi, Kharkiv e Mariupol encontram-se sitiadas

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Civil sobe escadaria com sua bicicleta na cidade de Mariupol, Ucrânia, fortemente atingida por ataques russos, evacuado pelo corredor humanitário. O cenário da área residencial é de destruição - Metrópoles
1 de 1 Civil sobe escadaria com sua bicicleta na cidade de Mariupol, Ucrânia, fortemente atingida por ataques russos, evacuado pelo corredor humanitário. O cenário da área residencial é de destruição - Metrópoles - Foto: null

Apesar da violência aplicada nos últimos ataques, a ofensiva da Rússia desacelerou nos últimos dias. Na sexta-feira (25/3), o Exército russo até perdeu espaço no território ucraniano. Kherson, a primeira cidade tomada após a invasão, voltou ao controle da Ucrânia, segundo informação do governo dos Estados Unidos. Um mês e três dias depois do ataque inicial ordenado por Vladimir Putin, oito grandes cidades estão cercadas ou sob ocupação.

Melitopol, Berdyansk, Donetsk e Luhansk estão sob o controle das tropas russas. Chernihiv, Sumi, Kharkiv e Mariupol estão sitiadas, e sob intenso – e indiscriminado – bombardeio. O Exército russo cercou as cidades, mas não conseguiu tomar efetivamente o poder.

Nos últimos dias, Mariupol se tornou um dos principais alvos de ataques. Segundo autoridades ucranianas, 100 mil pessoas estão na região e não conseguiram fugir. A cidade é considerada estratégica pela Rússia, por sua posição geográfica, no caminho para acesso e controle do Mar Negro.

França, Turquia e Grécia se juntaram na tentativa de resgatar refugiados em Mariupol, cidade ucraniana que foi devastada pela guerra iniciada em 24 de fevereiro.

De acordo com informações da agência estatal russa de notícias RIA, os presidentes Emmanuel Macron, da França, e Vladimir Putin, da Rússia, negociam a retirada de civis da Ucrânia.

A movimentação político-diplomática ganhou mais força após autoridades locais de Mariupol confirmarem a morte de pelo menos 300 pessoas no bombardeio russo a um teatro.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já admitiu que a situação no local é “desumana”. A cidade estava sem acesso a comida, água e remédios. “Vamos lutar o máximo que pudermos. Até o fim, e com todas as nossas forças”, frisou nesta semana.

Rússia perde Kherson

O Pentágono, órgão de defesa dos Estados Unidos, afirmou na sexta-feira (25/3) que o Exército russo perdeu o controle da cidade de Kherson – a primeira região tomada pelas tropas do presidente Vladimir Putin. A Rússia não comentou nem negou a afirmação.

Segundo o Pentágono, os ucranianos estão lutando para retomar a área, considerada geograficamente estratégica. As informações foram divulgadas por agências internacionais de notícias.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Exército muda estratégia

Militares russos confirmaram que o Exército reorganizou a estratégia militar de ataques na Ucrânia para focar na região de Donbass, no leste do país, que é separatista pró-Rússia. A mudança tem sido interpretada como um recuo da ambição inicial de Putin de tomar toda a Ucrânia e desbancar o governo de Zelensky.

Em pronunciamento em Moscou, Sergei Rudskoy, um oficial de alto escalão do Exército russo, disse que a intenção da nova fase da ofensiva é “libertar” totalmente o leste.

Ele descreveu que os ataques a outras cidades, incluindo a capital, Kiev, fazem parte de uma estratégia para “distrair” o Exército ucraniano.

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