Colômbia realiza neste domingo (17) segundo turno das eleições
Candidato apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe é o favorito para vencer pleito. Combate à corrupção é uma das maiores preocupações
atualizado
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A Colômbia realizará neste domingo (17/6) o segundo turno das eleições presidenciais. Disputam o cargo Iván Duque, candidato do partido Centro Democrático, do ex-presidente Álvaro Uribe, e Gustavo Petro, representante de esquerda e ex-prefeito da capital, Bogotá. No primeiro turno, realizado em maio, o primeiro recebeu 39% dos votos válidos e o outro, 25%. Quem ganhar, substituirá o presidente Juan Manuel Santos, no poder desde 2010.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, Duque é o favorito no pleito. As últimas pesquisas de intenção de voto realizadas no país mostram que ele estava com cerca de 16 pontos percentuais acima de seu rival.
Se esse for, de fato, o resultado, uma das grandes incógnitas que paira sobre a Colômbia é saber até que ponto Duque conseguirá construir um governo próprio ou se, pelo contrário, deverá governar sob uma espécie de tutela de Uribe, hoje senador, artífice de sua candidatura e líder do partido que pode levá-lo à Presidência.Duque, de apenas 41 anos, não tem longa trajetória política e conseguiu 7,6 milhões de votos no primeiro turno em grande medida graças ao apoio de Uribe. O candidato foi congressista e exibe um currículo com estudos no exterior, mas sua vertiginosa carreira na política foi possível, essencialmente, pelo respaldo do homem que continua exercendo enorme influência, não somente no Congresso, mas em todo o país. Muitos colombianos ainda destacam a estabilidade econômica alcançada por Uribe durante seus dois mandatos e, sobretudo, a melhora das condições de segurança.
Mas Uribe também é alvo de críticas e denúncias de vínculos com o paramilitarismo. O ex-presidente é uma figura rechaçada por setores de centro e esquerda, principalmente pelos mais jovens que dizem não se sentirem representados pelos partidos e políticos mais tradicionais.
Pensando no eleitorado de centro, ao longo da campanha Duque tentou marcar algumas diferenças com Uribe e, sobretudo, com o uribismo mais radical, em relação a pontos importantes da agenda política colombiana, entre eles o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O candidato se comprometeu a respeitar o acordo — o uribismo radical é a favor da anulação —, mas defendeu a necessidade de fazer algumas “modificações”.
Segundo com o jornal El País, uma das principais preocupações dos cidadãos da população neste pleito é com o combate à corrupção. Essa inquietação tem dominado os discursos dos candidatos.
O primeiro compromisso importante do próximo mandatário, que assumirá o cargo em agosto, será uma consulta popular, uma espécie de plebiscito, sobre medidas de combate à corrupção, marcada para o dia 26 do mesmo mês. Ela prevê medidas como o endurecimento das penas para os condenados pelo crime e a redução de salário de congressistas e funcionários do alto escalão.