Colômbia: mulheres são presas por transmitir abusos de crianças na net
Mãe e a tia das crianças usavam plataformas específicas na Darknet para produzir e vender vídeos de abuso sexual ao vivo para “clientes”
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Nacional da Colômbia resgatou três crianças de 19 meses, 7 e 9 anos, vítimas de abuso sexual. As suspeitas do crime são a própria mãe e a tia das crianças. Elas são acusadas de transmitir ao vivo os abusos com fins lucrativos na internet.
Segundo o comunicado da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), a polícia colombiana realizou uma operação de resgate e prisão em 22 de fevereiro. Ela ocorreu em conjunto com as autoridades australianas, o FBI, polícia federal dos Estados Unidos (EUA), e a Interpol.
Devido à investigação preliminar das entidades, a Polícia Nacional da Colômbia conseguiu descobrir que a mãe e a tia das crianças usavam plataformas específicas na Darknet para produzir e vender vídeos de abuso sexual ao vivo sob encomenda para “clientes” no exterior.
“Este caso terrível mostra que a exploração sexual infantil ao vivo não se limita a nenhuma região, é global e, como neste caso, geralmente envolve crianças muito pequenas”, disse o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock.
🚨 @PoliciaColombia have safeguarded 3️⃣ children and arrested their mother and aunt, accused of live streaming the children’s sexual abuse for profit.
Find out how officers in Australia & the US worked via INTERPOL to identify the victims & offenders: https://t.co/LUp9uK3xWx pic.twitter.com/EJZ7q6ugTR
— INTERPOL (@INTERPOL_HQ) February 27, 2023
Como a investigação começou
Em dezembro de 2022, autoridades australianas encontraram o conteúdo de pornografia infantil na Darknet — local da internet na qual o conteúdo não é indexado por mecanismos de pesquisa e requer software especial ou autorização de acesso.
O material foi depositado no banco de dados Exploração Sexual Infantil Internacional (ICSE), da Interpol, com acesso liberado para oficiais especializados de todo o mundo.
Com acesso aos arquivos, o FBI também colaborou com as investigações. Após um mês, confirmou a identidade e localização das duas suspeitas.
As informações encontradas foram enviadas à unidade de Crimes contra Crianças (CAC), da Interpol, que organizou um relatório para as autoridades da Colômbia, que prenderam as mulheres. As crianças estão asseguradas pelo serviço de proteção infantil, que garante atendimento médico e acompanhamento psicológico.
“Continuaremos a trabalhar com os investigadores colombianos para analisar os dispositivos apreendidos, identificar outras vítimas e revisar os dados para encontrar os indivíduos que estavam ordenando e facilitando o abuso horrível por trás de suas telas”, afirmou Stock.
This appalling case shows that live streaming #ChildSexualExploitation is not confined to any region, it is global.
We will work to find the individuals who were ordering and facilitating the horrific abuse from behind their screens.https://t.co/YZ1qzgx6oz
— Jürgen Stock (@INTERPOL_SG) February 27, 2023