Colômbia diz não saber onde estão crianças perdidas na Amazônia, após 18 dias de buscas
Gustavo Petro, presidente colombiano, anunciou que crianças estavam com Exército. Depois, governo negou. Agora, diz que não sabe onde estão
atualizado
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O governo da Colômbia mudou a versão, mais uma vez, sobre o caso das quatro crianças desaparecidas após um acidente aéreo na Amazônia. Depois de divulgar erroneamente que elas haviam sido resgatadas, e corrigir a informação dizendo que foram localizados, autoridades do país afirmaram nesta sexta-feira (19/5) que, na verdade, não sabem onde eles estão.
Há 18 dias, forças de segurança colombianas buscam quatro crianças, entre elas, um bebê de 11 meses, sobreviventes de uma queda de avião na Floresta Amazônica. O acidente ocorreu em um local de mata fechada, e os três adultos que estavam no voo morreram, entre eles, a mãe das crianças.
Na quinta-feira (18/5), a presidente do Instituto de Bem-Estar da Família – órgão do governo colombiano responsável pelas buscas – afirmou que elas tinham sido encontradas em uma aldeia indígena de difícil acesso, segundo relato de moradores.
Um dia depois, nesta sexta (19/5), Astrid Cáceres voltou atrás e disse não saber o paradeiro dos quatro irmãos.
“Quem dera soubéssemos onde estão as crianças. Por isso, estamos em operação de busca. A Operação Esperança (como foi batizada a mobilização que procura pelos sobreviventes) está nos dando luzes”, declarou Astrid Cáceres, à rádio colombiana Caracol.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, publicou um pedido de desculpas na tarde de quinta-feira (18/5), após informar precipitadamente que três crianças e um bebê haviam sido resgatados. O líder do país utilizou as redes sociais para divulgar o suposto socorro das quatro vítimas, o que não ocorreu.
“Decidi excluir o tuíte porque as informações fornecidas pelo ICBF não puderam ser confirmadas. Sinto muito pelo que aconteceu. As Forças Armadas e as comunidades indígenas continuarão em sua busca incansável para dar ao país a notícia que tanto espera”, escreveu Petro.
As buscas pelos menores de idade continuam, com a mobilização de mais de 100 militares, bombeiros e autoridades da aviação civil.
Dificuldade de confirmação
Horas antes da publicação do novo tuíte, órgãos oficiais e familiares dos desaparecidos já haviam desmentido a informação. As Forças Armadas e a empresa responsável pela aeronave afirmaram à imprensa colombiana que o contato com as vítimas procuradas ainda não havia acontecido.
O Instituto Colombiano pelo Bem-Estar da Família (ICBF), responsável pela divulgação do socorro, reiterou, em nota, a atualização do presidente. O órgão afirmou que a informação do encontro das crianças havia partido de moradores locais via comunicação por satélite, mas as condições climáticas e a dificuldade de entrada na mata dificultaram a confirmação.
Relembre caso
O acidente responsável pelo desaparecimento das quatro crianças na Floresta Amazônica aconteceu no dia 1º de maio, quando a aeronave partiu da cidade colombiana Araracuara. O voo tinha como destino San Jose del Guaviare. Perto do pouso, o avião enviou um alerta de falha no motor e sumiu dos radares.
Equipes de resgate localizaram o corpo de mais três adultos que também estavam a bordo do transporte. São eles: o piloto, Hernando Murcia Morales; o líder indígena Herman Mendoza; e a mãe das crianças, Magdalena Mucutuy. Os três foram encontrados sem vida entre os destroços.