Colômbia congela diálogos de paz com ELN após atentados
Ataques do grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) mataram sete policiais e feriram dezenas
atualizado
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O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta segunda-feira (29/1) a suspensão do diálogo de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN) devido aos atentados realizados pelo mesmo contra instalações da polícia no norte do país, deixando sete agentes mortos e 51 feridos. A informação é da EFE.
Santos citava os três atentados com bomba registrados no último fim de semana em Barranquilla, com cinco agentes mortos e 41 feridos e na vizinha Soledad, onde cinco policiais ficaram feridos. Já em Santa Rosa, no departamento de Bolívar, dois policiais morreram e outros cinco foram feridos após as ações atribuídas aos guerrilheiros.“Tomei a decisão de suspender o início do quinto ciclo de negociações que estava previsto para os próximos dias até que haja coerência entre as palavras do ELN e suas ações”, disse Santos em um evento na cidade de Palma, no departamento de Cundinamarca.
O ataque de Barranquilla foi atribuído a uma frente urbana do ELN. O ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, disse hoje que o governo considera a guerrilha como responsável pelos atentados.
Santos falou que “dói” ter que suspender os diálogos que estão sendo realizados desde fevereiro do ano passado. “O governo foi generoso e mostrou sua vontade permanente de paz, uma vontade que não pode ser prejudicada pela conjuntura política porque está fundamentada em princípios e no meu dever como chefe de Estado, como presidente e como colombiano”, disse Santos.
O presidente explicou que aplicou à ELN o que chamou de “doutrina Rabin”, em referência ao falecido ex-primeiro-ministro de Israel Isaac Rabin, que consiste em, segundo ele, em “combater o terrorismo com toda contundência como se não houvesse negociação de paz e negociar como se não houvesse terrorismo”.
“Para continuar a negociação de paz, essa doutrina exige um mínimo de coerência. Ao mesmo tempo, a minha paciência e a do povo colombiano têm limite”, disse Santos.