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Clínica suspende eutanásia de mulher sem doença terminal

O procedimento estava marcado para as 7h deste domingo (10/10), mas foi cancelado após análise de profissionais da clínica

atualizado

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Martha Liria Sepúlveda
1 de 1 Martha Liria Sepúlveda - Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução/Twitter

O Instituto Colombiano da Dor, clínica que realizaria a eutanásia da colombiana Martha Liria Spúlveda neste domingo (10/10), cancelou o procedimento. A morte estava prevista para as 7h (9h, no horário de Brasília).

Em entrevista à rádio colombiana Caracol, representantes da clínica informaram que o pedido de eutanásia foi analisado de “forma ampla” pelos médicos da instituição.

“Segundo reunião realizada ontem, 8 de outubro, na qual se revisou e analisou de forma ampla e suficiente o pedido da senhora Martha Liria Spúlveda, concluiu-se de maneira unânime cancelar o procedimento de morte com dignidade através de eutanásia”, informou a unidade de saúde.

A clínica explicou que a decisão tem base em uma legislação do Ministério da Saúde colombiano, que obriga a criação de um comitê para este tipo de procedimento.

“A partir de relatórios atualizados do seu estado de saúde e da evolução da paciente, definiu-se que não se cumpre o critério de doença terminal que havia sido determinado por um primeiro comitê”, informou o instituto.

Martha tem esclerose lateral amiotrófica (ELA) e relata sentir dores constantemente e ter perdido o movimento das pernas.

Procedimento autorizado

A morte assistida é legalizada no país desde 1997. Por lá, a prática era válida apenas para doentes terminais, ou seja, em situação irreversível.

Em julho de 2021, no entanto, por 6 votos a 3, a Corte Constitucional aprovou a medida para pessoas que não estejam em estado terminal, “sempre que o paciente padecer de um intenso sofrimento físico ou psíquico, proveniente de lesão corporal ou doença grave e sem cura”.

Pouco depois da decisão da Corte, Martha solicitou a autorização e conseguiu. Inicialmente, o desejo era que a eutanásia fosse aplicada em 31 de outubro, mas Martha preferiu antecipar para 10 de outubro, às 7h, hora em que costumava ir à missa.

“Sou uma pessoa católica, me considero alguém que crê muito em Deus, mas, repito, Deus não quer me ver sofrer e acredito que não quer ver ninguém sofrer. Nenhum pai quer ver seus filhos sofrerem”, disse. “Para mim, a morte é um descanso.”

Em entrevista à BBC Mundo, Lucas Correa, advogado de Martha, disse que a decisão do clínica é “ilegal e arbitrária”.

“Eles estão a forçando a viver uma vida que ela não deseja continuar vivendo, com sofrimento e uma dor que ela considera incompatíveis com sua ideia de dignidade”, disse.

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