1 de 1 Edifício danificado na cidade ucraniana de Mariupol sob o controle de militares russos e separatistas pró-russosEdifício danificado na cidade ucraniana de Mariupol sob o controle de militares russos e separatistas pró-russos
- Foto: Leon Klein/Anadolu Agency via Getty Images
Dezenas de civis, inclusive crianças e mulheres, deixaram a última resistência ucraniana em Mariupol, cidade considerada estratégica para os invasores russos. Eles estavam na região da siderúrgica de Azovstal. De acordo com as agências de notícias RIA e Tass, 46 pessoas deixaram o local.
Mariupol foi destruída com os ataques russos. O país comandado por Vladimir Putin afirmou ter tomado a cidade no dia 19 de abril, mas a fábrica de Azovstal e os arredores ainda reunia a resistência ucraniana.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Desde então, um cessar-fogo tem sido tentado, mas Moscou e Kiev não conseguiram, até agora, chegar a um acordo para a retirada total dos civis. Um líder do Batalhão Azov, supostamente a unidade ucraniana que defende a usina, afirmou que 20 civis saíram. Não é possível confirmar que são os mesmos citados pelas agências russas.
“Vinte civis, mulheres e crianças foram transferidos para um local adequado e esperamos que sejam evacuados para Zaporizhzhia, em território controlado pela Ucrânia”, contou Sviatoslav Palamar, em vídeo postado no canal Telegram. Palamar confirmou que os russos têm bombardeado constantemente o local.
Apesar de o secretário-geral da ONU, António Guterres, ter se encontrado com Putin e Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, e tentado a retirada de civis de Azovstal, não há confirmação da organização sobre a saída ocorrida entre o sábado e este domingo (1º/5). Segundo informações de ambos os países, cerca de mil civis, além de soldados, estão abrigados por lá.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro.
A tensão no Leste Europeu voltou a subir após ao menos três ataques ucranianos contra o território russo. A escalada da violência também é influenciada pelo naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.
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