Cinegrafista da Fox News morre em bombardeio na Ucrânia
Pierre Zakrzewsk foi atingido em Kiev e não resistiu aos ferimentos. A informação da morte foi divulgada por um apresentador do canal
atualizado
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Mais um jornalista morreu em bombardeios na Ucrânia. O cinegrafista Pierre Zakrzewski, que cobria o conflito pela rede norte-americana Fox News, foi atingido em Kiev e não resistiu aos ferimentos.
A informação da morte foi divulgada pelo apresentador do canal John Roberts em uma publicação no Twitter nesta terça-feira (15/3). “Notícia horrível para relatar”, lamentou.
Horrible news to report: Fox cameraman Pierre Zakrzewski was killed in the same attack that wounded correspondent Benjamin Hall. I worked with Pierre many times around the world. He was an absolute treasure. Sending our most heartfelt prayers to Pierre’s wife and family.
— John Roberts (@johnrobertsFox) March 15, 2022
John Roberts homenageou o colega. “Trabalhei com Pierre muitas vezes ao redor do mundo. Ele era um tesouro absoluto. Enviando nossas mais sinceras orações à esposa e família de Pierre”, frisou.
Os governos da Ucrânia e da Rússia ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso. Esse seria o segundo caso de um profissional da imprensa morto na cobertura do conflito. A nacionalidade e a idade de Pierre não haviam sido divulgadas até a mais recente atualização desta reportagem.
Outra morte
No domingo (13/3), o jornalista americano Brent Renaud, de 50 anos, foi baleado e morto na cidade de Irpin, nos arredores de Kiev.
A informação foi divulgada pela agência internacional de notícias Reuters. O chefe de polícia da região de Kiev confirmou que ele foi alvejado por soldados russos.
Brent Renaud era experiente em coberturas em áreas de conflito. Cobriu as guerras no Iraque e no Afeganistão, esteve no Haiti depois do terremoto de 2010. Ele era colaborador da revista Time. Antes, trabalhou no jornal The New York Times.
Ainda segundo a polícia, outro repórter, que estava com o jornalista morto, também foi atingido e levado a um hospital em Kiev.
Kiev em colapso
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lamentou a situação de Kiev, capital ucraniana e coração do poder. A cidade vive o segundo dia de bombardeios massivos. Civis estão na mira dos ataques.
Nesta terça-feira (15/3), em pronunciamento gravado, Zelensky fez um alerta categórico. “Russos consideram como meta principal conquistar Kiev”, frisou.
Com risco extremo, o prefeito de Kiev, Wladimir Klitschko, decretou um toque de recolher de 35 horas na cidade coração do poder. A medida vai valer da noite desta terça-feira até a quinta-feira (17/3). Ao menos cinco pessoas morreram nesta manhã na cidade.
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Os primeiros-ministros da Polônia, Mateusz Morawiecki; da República Tcheca, Petr Fiala; e da Eslovênia, Janez Janša; viajaram para Kiev nesta terça-feira.
A visita é uma sinalização de apoio à Ucrânia por parte da União Europeia. Eles são os primeiros líderes que visitam a capital ucraniana desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro.
No segundo dia consecutivo com ataques a prédios residenciais em Kiev, mais duas pessoas morreram após bombardeio russo, nesta terça-feira. De acordo com o serviço de emergência da Ucrânia, 46 pessoas tiveram de ser resgatadas.
Militares na fronteira
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirmou que 40 mil soldados estão na fronteira da Ucrânia. Esta é a primeira vez que a entidade militar liderada pelos Estados Unidos divulga o efetivo no Leste Europeu.
Nessa segunda-feira (15/3), em entrevista transmitida ao vivo de Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, fez alertas importantes sobre o recrudescimento da guerra, que completa 20 dias.
A maior preocupação é o uso de armas químicas e nucleares pelo Exército russo. Além da Otan, os Estados Unidos e o Reino Unido acusam a Rússia de planejar esse tipo de ataque.
Stoltenberg reafirmou o compromisso de defender os países aliados e as nações amigas do grupo. “Nossa principal responsabilidade é defender nossos aliados da Otan. A Rússia sabe disso. Os aliados estão de olho”, frisou.
Ele completou. “Preocupa-nos que, de fato, estejam planejando isso [uso de armas químicas e nucleares]. Qualquer uso de armas químicas será violação ao direito internacional”, concluiu.
Negociações
Sob fortes bombardeios, representantes dos presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, voltam a debater condições para a paz entre os países, mesmo que momentaneamente.
A negociação de um cessar-fogo será retomada após o encontro de segunda-feira (14/3) ter acabado com uma “pausa técnica”. Um formalismo que significa falta de concordância político-diplomática.