Facebook vaza dados de 87 milhões de usuários. Zuckerberg se desculpa
“É claro que deveríamos ter feito mais”, avaliou o fundador da plataforma. Ele ainda negou que vá deixar a presidência do grupo
atualizado
Compartilhar notícia
Após o Facebook admitir que dados de 87 milhões de seus usuários foram compartilhados de modo inadequado com a empresa de consultoria Cambridge Analytica, o presidente da rede social, Mark Zuckerberg, se viu obrigado a fazer um novo pedido de desculpas aos usuários, admitindo os erros cometidos e prometendo não repeti-los.
Durante uma teleconferência nesta quarta-feira (04/04), Zuckerberg afirmou à imprensa que não estava ciente de discussões no conselho da empresa sobre sua saída do comando do grupo.
O vazamento gerou revolta em anunciantes e políticos. Ele assumiu a culpa pelo incidente, mas reafirmou que ainda é a pessoa certa para liderar a companhia.
Zuckerberg não pode ser simplesmente demitido da empresa, isso porque, ele é o acionista majoritário. A única maneira de ele deixar o comando da rede social seria através da renúncia. Segundo Zuckerberg, sua empresa não percebeu “nenhum impacto significativo” na utilização da rede social ou nas vendas de anúncios desde o início do escândalo.
Ele ponderou apenas que “não é bom” a insatisfação dos usuários com o aplicativo. “Quando se cria algo como o Facebook, algo sem precedentes no mundo, é claro que erros serão cometidos”, afirmou. Ele não demitiu ninguém em razão do escândalo, e tampouco planeja fazê-lo. “Não penso em jogar ninguém na fogueira por causa dos erros que cometemos aqui”, garantiu.
“Sabendo o que sei hoje, é claro que deveríamos ter feito mais”, avaliou o fundador do Facebook. “Estamos ampliando nossa perspectiva sobre nossa responsabilidade.”
De saída?
Em março relatos na imprensa americana e britânica revelaram que a Cambridge Analytica tinha acessado dados de 50 milhões de usuários do Facebook no desenvolvimento de técnicas para beneficiar a campanha eleitoral do presidente Donald Trump em 2016.
Mais tarde, o Facebook confirmaria que o vazamento foi maior do que o calculado inicialmente, atingindo 87 milhões de usuários, na maioria, nos Estados Unidos. O escândalo transformou o Facebook em alvo de investigações de autoridades reguladoras e promotores públicos nos EUA e em outros países, que convocaram Zuckerberg para se explicar.
O fundador da rede social irá ao Congresso americano no próximo dia 11 de abril, onde responderá às perguntas dos membros do Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes sobre o “uso e a proteção dos dados dos usuários da companhia”, segundo indicou o comitê em comunicado.
A revista Wired, uma das principais publicações do setor tecnológico, afirma que a renúncia de Zuckerberg abriria a possibilidade de um segundo capítulo para ele e para a empresa, afirmado que poderia até recuperar a reputação da rede social e “trazer benefícios ao planeta como um todo”.
“A renúncia de Zuckerberg apertaria o botão de ‘reset’ no Facebook”, afirmou a revista.