Estagiário descobre planeta com dois sóis em terceiro dia na Nasa
O estagiário analisava dados de um satélite, quando notou algo incomum na órbita de duas estrelas e fez a grande descoberta
atualizado
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Poderia ser apenas mais um estudante que, nas férias de verão, decidiu buscar um estágio. No entanto, para Wolf Cukier, 17 anos, ser estagiário acabou se tornando a decisão mais incrível da vida dele, visto que, no terceiro dia de trabalho na agência espacial americana (Nasa), ele integrou a equipe que fez a descoberta de um planeta com dois sóis, a 1.300 anos-luz da Terra.
Segundo a BBC, faltava um ano para Cukier terminar o ensino médio em Nova York, nos Estados Unidos, mas, ainda assim, ele conseguiu integrar o grupo de voluntários no Goddard Space Flight Center, instituto de pesquisa da Nasa em Greenbelt, no Estado de Maryland, no Leste dos EUA.
Caçador de planetas
O trabalho do estagiário, que é fã da saga Star Wars, era justamente analisar os dados do Satélite de Pesquisa de Exoplaneta em Transição (TESS) ou caçador de planetas, como é chamado informalmente. O equipamento tem quatro câmeras, que registram um pedaço do espaço a cada 30 minutos, ao longo de 27 dias.
A missão dele era estudar como duas estrelas se cruzariam criando um eclipse em um sistema solar. Os olhos astutos do estagiário notaram, no entanto, algo incomum na órbita de duas estrelas que bloqueavam a luz, “encontrando” o planeta.
A descoberta da qual Cukier participou ocorreu no meio do ano passado, mas só veio a público há poucos dias depois de ter passado por checagem pelo programa Eleanor, uma ferramenta que avalia se as transições são reais ou resultados de distorções ou interferências. Foi a primeira vez que o satélite descobriu um planeta em órbita de duas estrelas.
Em um comunicado da Nasa, Cukier falou sobre como ocorreu a descoberta. “Eu estava procurando nos dados tudo o que os voluntários apontaram como um binário que eclipsou um sistema no qual duas estrelas giram em círculo, e do nosso ponto de vista são eclipsados a cada órbita”.
Segundo o principal autor do artigo, o cientista Veselin Kostov, os dados analisados sobre o TOI 1338 b traziam variações e passaram batidos por algoritmos. “O olho humano é extremamente bom para encontrar padrões em dados, especialmente padrões não periódicos como as transições nesse sistema (…). Nossas certezas vieram e se foram algumas vezes, mas, ao final estávamos seguros de que havíamos encontrado um planeta”, disse Cukier à rede de TV americana ABC.