Cientistas criam buraco negro dentro de laboratório para provar teoria
Pesquisadores reproduziram o horizonte de eventos; intuito é mostrar que estes objetos emitem luz em suas bordas
atualizado
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A fim de analisar o comportamento de um buraco negro, cientistas de Amsterdã, na Holanda, desenvolveram um objeto semelhante dentro de um laboratório. A pesquisa foi publicada na revista Pgysical Review Research, em 8 de novembro, e tenta provar uma teoria do físico Stephen Hawking (1942-2018).
Conforme o estudioso, buracos negros devem emitir um leve brilho de radiação de partículas próximo aos seus limites. Os cientistas criaram o objeto usando uma cadeia de átomos para simular o horizonte de eventos — a borda que limita o exterior do buraco negro.
De fato, Hawking estava certo, e os pesquisadores descobriram que, em torno de um desses objetos, há partículas de luz ou fótons. A teoria do físico também declara que não existe um “vácuo vazio”, e que o espaço está repleto de vibrações que se transformam em partículas e, por conseguinte, podem virar luz.
O estudo de Hawking agora apresentado em laboratório pode significar um avanço gigantesco na astrofísica.
Por que um buraco negro no laboratório?
Detectar a luz irradiada em torno de um buraco negro seria uma missão praticamente impossível para os astrônomos. Isso porque, como se trata de uma luminosidade baixíssima, não pode ser vista da Terra.
Para isso, os cientistas deveriam viajar até um buraco negro — e é inviável. O mais próximo de nós se localiza a 1.556 anos-luz de distância, conforme o site Live Science. Além disso, não há certeza quanto ao que ocorre no momento em que se chega muito próximo a um objeto como este.
Para produzir o buraco negro no laboratório, os pesquisadores simularam a chamada “radiação de Hawking” em experimentos extremos. Conforme o Live Science, em 2021, eles usaram uma linha unidimensional de 8 mil átomos super-resfriados e confinados a laser do elemento rubídio — um metal macio, capaz de criar partículas virtuais.