CEO do Twitter defende decisão de banir Trump: “Não sinto orgulho”
Segundo Jack Dorsey, medida abre “precedente perigoso”. Presidente dos EUA foi bloqueado após incitar invasão ao Capitólio
atualizado
Compartilhar notícia
O CEO do Twitter, Jack Dorsey, afirmou, na noite dessa quarta-feira (13/1), que a decisão de bloquear permanentemente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da rede social foi acertada, mas abre um “precedente perigoso”.
“Eu não comemoro nem sinto orgulho por termos que banir Donald Trump do Twitter”, disse Jack Dorsey, em uma série de mensagens (thread) publicada na própria rede social.
“Acredito que essa foi a decisão certa. Enfrentamos uma circunstância extraordinária e insustentável, que nos obrigou a concentrar todas as nossas ações na segurança pública”, prosseguiu o presidente executivo.
Trump foi bloqueado da rede social após a invasão do Capitólio norte-americano no último dia 6 de janeiro. O presidente dos EUA, que não reconhece a legitimidade da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais realizadas no ano passado, teria incentivado o ataque.
Apesar dessas exceções “claras e óbvias”, Jack Dorsey disse que a exclusão de Trump da rede social, além de fragmentar o debate público, é uma falha em promover uma conversa saudável.
“Essas ações nos dividem. Limitam o potencial de esclarecimento e aprendizado. E abre um precedente que considero perigoso: o poder que um indivíduo ou empresa tem sobre uma parte das conversas públicas globais”, pontuou.
O CEO destacou que não somente o Twitter bloqueou o presidente norte-americano, mas várias outras redes sociais. Ele negou, porém, que tenha sido uma ação coordenada pelas empresas.
“Este momento pode exigir essa dinâmica, mas, a longo prazo, será destrutivo para o nobre propósito e os ideais da internet aberta”, afirmou.
Veja a íntegra da sequência de comentários:
I believe this was the right decision for Twitter. We faced an extraordinary and untenable circumstance, forcing us to focus all of our actions on public safety. Offline harm as a result of online speech is demonstrably real, and what drives our policy and enforcement above all.
— jack (@jack) January 14, 2021
Having to take these actions fragment the public conversation. They divide us. They limit the potential for clarification, redemption, and learning. And sets a precedent I feel is dangerous: the power an individual or corporation has over a part of the global public conversation.
— jack (@jack) January 14, 2021
This concept was challenged last week when a number of foundational internet tool providers also decided not to host what they found dangerous. I do not believe this was coordinated. More likely: companies came to their own conclusions or were emboldened by the actions of others.
— jack (@jack) January 14, 2021
Yes, we all need to look critically at inconsistencies of our policy and enforcement. Yes, we need to look at how our service might incentivize distraction and harm. Yes, we need more transparency in our moderation operations. All this can’t erode a free and open global internet.
— jack (@jack) January 14, 2021
We are trying to do our part by funding an initiative around an open decentralized standard for social media. Our goal is to be a client of that standard for the public conversation layer of the internet. We call it @bluesky: https://t.co/51or6OuNNv
— jack (@jack) January 14, 2021
It’s important that we acknowledge this is a time of great uncertainty and struggle for so many around the world. Our goal in this moment is to disarm as much as we can, and ensure we are all building towards a greater common understanding, and a more peaceful existence on earth.
— jack (@jack) January 14, 2021
I believe the internet and global public conversation is our best and most relevant method of achieving this. I also recognize it does not feel that way today. Everything we learn in this moment will better our effort, and push us to be what we are: one humanity working together.
— jack (@jack) January 14, 2021