Cidade devastada por ciclone em Moçambique tem novos casos de cólera
ONU vai iniciar campanha de vacinação. Mais de 500 pessoas morreram no país do sul da África
atualizado
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O número de casos de cólera na Beira, capital da província moçambicana de Sofala, devastada pelo ciclone Idai, subiu para 139, disse na última quinta-feira (28/3) o diretor nacional de Saúde de Moçambique, Ussein Isse.
As Nações Unidas darão início na quarta-feira (3/4), em Moçambique, a um programa de vacinação oral contra a cólera, de 900 mil unidades, afirmou o coordenador adjunto da assistência ao país africano, Sebastian Rhodes Stampa.
Segundo o coordenador, baseado na Beira, cada vacina reforça a imunidade de uma pessoa contra a cólera por três meses. O programa vai continuar, passados três meses, com mais vacinas, o que reduz os riscos de contágio.
A passagem do ciclone Idai deixou a cidade da Beira sem água potável. Há três dias que o abastecimento de água nas torneiras e por caminhões voltou a funcionar. O governo apelou à população para que não consuma água sem ferver, recomendando também a compra de água mineral e o uso de produtos químicos ou filtros mecânicos para purificar a água.
Vinte bombeiros da equipe de busca e salvamentos da Força Nacional de Segurança Pública brasileira e mais 20 militares mineiros que trabalharam no resgate das vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho viajam ainda nesta sexta-feira para Moçambique. A previsão é que, no mais tardar na segunda-feira, as equipes brasileiras comecem a atuar no resgate às vítimas do ciclone. A ajuda humanitária atende a pedido feito pelo presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, ao presidente Jair Bolsonaro.
Ao menos 493 pessoas morreram em Moçambique após a passagem do ciclone Idai, há duas semanas, e das cheias que se seguiram. O balanço mais recente das autoridades afirma ainda que há 1.523 feridos e que 839.748 pessoas foram afetadas pelo desastre natural de 14 de março.
Além de provocar ao menos 786 mortos em Moçambique, no Zimbabué e no Malawi, a passagem do ciclone Idai nesses países afetou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.