Cidadãos de nações vetadas por Trump aproveitam brecha para ir aos EUA
Os viajantes esperam seguir para o país por meio de uma janela aberta pelo embate judicial que envolve o decreto anti-imigração
atualizado
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Detentores de vistos de sete países majoritariamente muçulmanos que foram rejeitados pelos Estados Unidos devido à proibição de viagens do presidente americano Donald Trump esperam seguir para o país por meio de uma janela aberta pela contestação legal à medida contra imigração.
O tribunal federal de apelações em San Francisco (EUA) negou o recurso do governo Trump para imediatamente restabelecer a proibição de entrada de imigrantes de sete países e de refugiados no país neste domingo (5/2). Por ora, o veto à imigração permanece bloqueado por uma ordem de restrição temporária emitida pelo juiz federal em Seattle James Robart.
Pessoas que se opõem à ordem de Trump estavam dizendo a quem pudesse viajar que pegasse o primeiro voo. “Nós estamos dizendo a eles para pegarem o voo o mais rápido possível”, disse Rula Aoun, diretora da Liga Árabe dos Direitos Civis em Dearborn, Michigan. O seu grupo entrou com processo em uma corte federal em Detroit, desafiando a ordem executiva de Trump como inconstitucional.
Manifestantes tentaram manter a pressão, reunindo-se em Denver e outras cidades dos Estados Unidos para protestar contra a proibição. Enquanto isso, advogados esperavam em aeroportos para o caso de qualquer coisa dar errado com recém-chegadosAflição
Pessoas tiveram de fazer escolhas difíceis. Uma família iemenita esperava chegar ao aeroporto internacional John F. Kennedy no domingo vinda do Egito depois de deixar dois de seus quatro filhos para trás. O pai e dois filhos são cidadãos norte-americanos e a mãe tem um visto de imigrante, mas os outros dois filhos ainda não têm seus papéis. “Eles simplesmente não querem arriscar esperar”, afirmou a mãe.
Funcionários do aeroporto do Cairo disseram que um total de 33 migrantes do Iêmen, da Síria e do Iraque embarcaram em voos para os Estados Unidos. As autoridades disseram que eles não tinham sido rejeitados anteriormente e estão correndo para aproveitar a janela oferecida pela disputa judicial. Os funcionários falaram sob condição de anonimato porque não estão autorizados a falar com a mídia.
O Departamento de Estado disse às agências de ajuda aos refugiados que refugiados com viagens agendadas antes de a ordem ter sido publicada poderão entrar no país.
Apesar da suspensão da proibição de viagens, algumas companhias aéreas retomavam lentamente os embarques dos viajantes dos sete países afetados. A Royal Jordanian Airlines, que opera voos diretos de Amã (capital da Jordânia) para Nova York, Chicago e Detroit, disse que retomaria o transporte de pessoas dos sete países desde que apresentassem um visto ou green card válido.
Uma porta-voz da Qatar Airways disse que a companhia aérea começaria a embarcar viajantes do Iraque, da Síria, do Sudão, da Líbia, do Iêmen, do Irã e da Somália. Mas a advogada de imigração Julie Goldberg disse que um representante da Qatar Airways lhe falou que imigrantes dos sete países ainda não estavam autorizados a voar no sábado à tarde.
Ela afirmou ainda que um supervisor da Turkish Airlines lhe disse que as pessoas que possuíam vistos de imigrante e não-imigrante dos sete países ainda estavam sendo proibidas a menos que tivessem um e-mail especial do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos.
A Agência Nacional de Notícias do Líbano disse que as companhias aéreas que operam em Beirute começaram a permitir que as famílias sírias e outras pessoas que haviam sido afetadas pela proibição embarquem em voos para os Estados Unidos.