Ciberataque derruba comunicação em 74 países, inclusive no Brasil
Sites de órgãos públicos brasileiros também foram afetados e retirados do ar, como medida de segurança
atualizado
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O que parecia ser um ataque isolado de hackers à companhia espanhola Telefónica, na realidade está disseminado por várias empresas e organismos em todo o mundo nesta sexta-feira (12/5). No Reino Unido, a rede de televisão britânica estatal BBC fala que se trata do maior ataque cibernético a hospitais ingleses já visto até agora. O problema já atinge mais de 70 países, inclusive o Brasil. A Rússia é apontada como um dos mais afetados.
Empresas públicas brasileiras retiraram sites do ar por suspeita de invasão. O site do Tribunal da Justiça de São Paulo e do Ministério Público saíram do ar e os órgãos informaram ao G1 que a retirada foi uma medida de precaução. A Petrobras também adotou “medidas de segurança”. O site do INSS, no Ceará e em Brasília, foi suspenso para evitar invasões na base de dados.
Servidores do TJ-SP relataram que uma mensagem (foto) informando o “sequestro” do computador aparecia na tela de algumas máquinas. A assessoria do órgão confirmou que foi solicitado aos funcionários que desligassem temporariamente seus processadores.
Os funcionários da Telefônica/Vivo, em São Paulo, também foram orientados a desligarem suas máquinas e desconectarem seus celulares da rede empresarial. Alguns deles foram dispensados. As informações são extraoficiais.
Pelo mundo
O jornal britânico The Guardian informa que o bug ocorre em vários computadores de hospitais por todo o país e que médicos recebem mensagens dizendo que precisam efetuar pagamentos para terem as máquinas desbloqueadas. “Seus computadores agora estão sob nosso controle”, diz um trecho da mensagem, conforme reportou um médico nas redes sociais. A mesma mensagem já aparecia nas máquinas da empresa espanhola Telefónica.
O jornal português Diário de Notícias informa que a operação criminosa ocorre também em diferentes empresas instaladas no país. Entre elas estariam a PT e a consultora KPMG. Além disso, conforme o periódico lusitano, outras empresas têm recebido alerta de “software malicioso”, que está tentando entrar nas máquinas para exigir, posteriormente, um resgate em bitcoins – uma moeda virtual que não é controlada por nenhum governo.
De acordo com o jornal português Diário de Notícias, o vírus afeta apenas os usuários do sistema operacional Microsoft. O ataque é conhecido como “ransomware” porque “sequestra” arquivos no disco e depois pede resgate. Na Espanha, também estariam sendo afetadas companhias como a Iberdrola e o banco BBVA.
O Centro Criptológico Nacional da Espanha, um organismo do serviço de inteligência do país, emitiu um comunicado há pouco informando que a Microsoft já havia alertado sobre essa vulnerabilidade em 14 de março e aconselhou que os usuários fizessem atualização dos sistemas. Em caso de dúvida, a recomendação é para que se desligue o cabo de rede dos computadores.
A primeira empresa a relatar problemas em seu sistema foi a Telefónica, com sede na Espanha. De acordo com os jornais locais, a companhia foi obrigada a desligar computadores de sua central em Madri, após detectar que um vírus bloqueava alguns equipamentos. O monitor das máquinas teria ficado azul e, em alguns casos, aparecia uma mensagem solicitando o pagamento por meio de bitcoins.
Ainda segundo os jornais locais, o ataque não atrapalha as operações dos usuários na Espanha, cerca de 15 milhões de pessoas. Os serviços de internet, telefone fixo e celulares funcionam normalmente no país. (Com informações da Agência Estado)