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China reprime onda de protestos e passa a investigar manifestantes

Moradores de Pequim e estudantes relataram terem sido contatados por forças de segurança e questionados sobre a participação nos atos

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1 de 1 pessoas se manifestando na china - metropoles - Foto: Anthony Kwan/Getty Images

Autoridades da China iniciaram, nesta terça-feira (29/11), uma nova fase da repressão à onda de manifestações no país. Forças de segurança começaram a abrir inquéritos para investigar a participação de cidadãos nos protestos contra a política de Covid zero no último fim de semana, enquanto o contingente policial permanece em peso nas ruas.

Dois manifestantes que participaram dos atos na capital Pequim informaram à agências de notícias estrangeiras que foram intimados a comparecer em delegacias para prestar depoimento sobre as atividades na noite de domingo (27), ápice dos protestos. Estudantes também relataram questionamentos dentro das universidades.

Muitos dos cidadãos chineses demonstraram apreensão com a possibilidade de retaliação por conta da maior onda de “desobediência civil” registrada nos últimos anos. Em especial, a tensão atingiu a população mais jovem, que estaria se apressando para deletar históricos de conversas nas redes sociais.

Ainda não está claro como o governo chinês identificou os participantes das manifestações, tampouco a dimensão jurídica dos inquéritos que estão sendo instaurados. O Departamento de Segurança Pública de Pequim não respondeu aos questionamentos.

No entanto, nesta terça-feira (29), um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o exercício de direitos e liberdades está condicionado à estrutura da lei. Ele se posicionou após apelo da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos Estados Unidos (EUA) para garantir o direito de livre manifestação dos cidadãos.

Manifestantes detidos

As forças de segurança da China detiveram, na madrugada desta segunda-feira (28/11), em Xangai, manifestantes que protestavam contra a estratégia de “Covid zero” adotada pelo governo chinês, que impõe bloqueios a milhões de pessoas durante semanas. Questionada, a polícia de Xangai não informou o número oficial de presos.

A agência de notícias AFP testemunhou a polícia conduzindo três pessoas para fora de um local de protesto, enquanto representantes do governo trabalhavam para apagar das redes sociais mensagens sobre os atos. Entre os detidos, a prisão de um jornalista da emissora britânica BBC foi registrada em vídeo e causou revolta. 

Cidadãos nas ruas

A política de “Covid zero” se tornou o epicentro de uma intensa onda de protestos na China no último fim de semana. Manifestantes foram às ruas de Pequim, Wuhan e Xangai contra a dura medida restritiva que o governo de Xi Jinping vem adotando com o objetivo de conter o avanço das infecções no território.

Nesses locais, os protestos reuniam centenas de pessoas que gritavam “Abaixo, Xi Jinping! Saia, Partido Comunista!”. Os chineses estão revoltados com os bloqueios, testes de Covid e quarentenas impostos pelo governo.

Levantar a voz contra o partido e contra o mandatário chinês é incomum, por conta das penalidades severas. Em reação à força do governo em reprimir manifestações, folhas e cartazes em branco se tornaram símbolos dos protestos.

Vale lembrar que neste ano, Xi Jinping editou uma norma que restringia a possibilidade de permanência no cargo a dois mandatos, e foi reconduzido a uma nova gestão. Além da frustração com a falta de liberdade dos cidadãos devido à política restritiva, há uma preocupação com a desaceleração da economia, causada pelos intensos lockdowns.

A desobediência civil também teve o impulso após um incêndio atingir um prédio residencial e dez pessoas ficaram presas dentro do local, na região chinesa de Xinjiang, na quinta-feira (24/11). Os manifestantes alegam que os bloqueios na capital Urumqi dificultaram o socorro e impediram que os moradores saíssem do edifício.

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