China reclama de exercícios militares de EUA e Filipinas na Ásia
Manobras no Mar do Sul da China intensificam atritos: Pequim denuncia provocação dos EUA e Filipinas em exercícios militares conjuntos
atualizado
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O governo chinês afirmou, nesta quinta-feira (4/1), que exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e as Filipinas no Mar do Sul da China são um “ataque à integridade territorial” chinesa e um ato claro de provocação. Os EUA anunciaram que realizariam manobras aeronavais em conjunto com as Filipinas, nas águas disputadas, com o porta-aviões de propulsão nuclear USS Carl Vinson, ao longo de dois dias.
“A Marinha dos Estados Unidos regularmente realiza exercícios desse tipo para fortalecer os laços entre nações aliadas e parceiras”, disse a Marinha dos EUA, em comunicado.
O porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, por sua vez, afirmou que as manobras realizadas têm como objetivo “mostrar sua força [dos EUA], e não ajudam a controlar as discordâncias e a situação” na região.
China e Filipinas enfrentam décadas de desacordos sobre a área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados que se estende de Singapura ao Estreito de Taiwan, no Pacífico. O local é um importante ponto de passagem das rotas comerciais internacionais e o governo chinês reivindica soberania em quase todo o território.
Em resposta, o Exército chinês anunciou, também nessa quarta-feira (3/1), que forças navais e aéreas estariam realizando “patrulhas de rotina” no Mar do Sul da China até quinta-feira (hoje), mas não especificaram a localização das manobras, nem o número de soldados e aeronaves mobilizados.
A China alega que 90% do Mar do Sul, incluindo ilhas e águas, que também são reivindicadas por países vizinhos, são seus. Para tal, o governo usa a Linha das Novas Raias a fim de definir as fronteiras marítimas na região, baseados em historiografia e documentação de séculos atrás. No entanto, Brunei, Malásia, Filipinas, Vietnã e Taiwan contestam a legitimidade dessas reivindicações.